Tão cativante quanto a dupla, o de Claudinho e Buchecha mostra que sonhos de criança podem se tornar reais. Aliás, tenho certeza que muita gente vai ficar dias e dias com a imagem do carrinho, no bolso de um deles, o qual jamais deixou de ter fé e conquistou tudo o que queria. Da favela para o mundo, o talento aflorou e sorte de quem curtiu a década de 90 “ao vivo e a cores”, cantando muitas músicas e fazendo o passinho do funk melody com eles.

A cinebiografia começa na deles, com brincadeiras de pipa. No entanto, Claudinho logo se muda para o Salgueiro e o amigo sente muita falta dele. E o Buchecha, chamado de Beto pela mãe, morava somente com ela, mas, vira e mexe, ia atrás do pai mesmo sem ela gostar. Nestes momentos, a relação deles se mostra conturbada, já que o pai sempre estava alcoolizado e “cheio de ódio”.

Em uma destas ocasiões, temendo a vida do filho, a mãe entrega um dinheiro ao Buchecha e o manda procurar uma tia, também no Salgueiro. Sem opção, segue o seu caminho, até que coincidentemente encontra Claudinho novamente e o manda falar “sapato sem sol”, uma espécie de código e que inclusive mostrou a vozinha fanha que ele tinha.

Filme está em cartaz. (Reprodução, redes sociais)

Na época, Claudinho vendia balas, mas, sonhava em ser cantor e levou Buchecha em uma festa, antes de mostrar a ele onde era a casa da tia dele.

Lá, começa a incentivar o amigo: “Bora fazer uma dupla de MC's?”. Sem acreditar, Buchecha diz que precisava mesmo é arranjar um “trabalho de verdade”.

Feliz ao ser contratado como motoboy e por ser “mais um filho da tia Natalina”, além da companhia do Claudinho e uma paixonite pela vizinha, nem imagina que a vida terá uma reviravolta. Enquanto isso, Claudinho persiste e continua o convidando para participarem de um festival de .

Em janeiro de 1995, vai todo orgulhoso encontrar com o pai e mostrar para ele que agora trabalha de carteira assinada, momento em que, mais uma vez amargurado, escuta dele: “Quem tem talento não tem patrão”. Esta frase ecoou na cabeça do garoto, mas, ainda sem coragem de jogar tudo pro alto.

Momento do festival em que dupla ganhou em primeiro lugar. (Graziela Rezende, Jornal Midiamax)

Mais uma vez no baile funk, Buchecha começa a entrar no mundo da música e escrever músicas no ônibus, enquanto segue para o trabalho. Chega o grande dia de se apresentar no festival e, minutos antes, vomita e novamente Claudinho está lá para encorajá-lo. A dupla ganha o concurso e é ovacionada pelo público.

Felizes com a primeira conquista, vão para uma praça dançar passinhos e quase não acreditam quando são parados para darem autógrafos. Buchecha, no entanto, ainda não acreditava que era um artista. No mais, tudo parecia perfeito, a não ser uma tempestade que atingiu a favela e levou a casa da família deles embora.

Cenas do filme Nosso Sonho (Reprodução, redes sociais)

É aí que Buchecha pede ao pai uma música para que eles realmente façam sucesso. A cena mostra novamente toda a raiva do pai. O garoto entende o recado e vai escrever a própria música ao lado do parceiro. Claudinho, “anjo” mais uma vez, vai atrás de empresários e aí ocorre a inesquecível cena do orelhão, em que ele faz até exigências para um show.

A carreira começa a dar os primeiros passos e é hora do motoboy ser dispensado, mesmo o patrão gostando muito dele. O sucesso continua caminhando com a dupla, que aluga um apartamento para a família, é convidada para dar entrevista no Jô Soares, programa da Xuxa, entre tantos outros.

O filme então percorre até o fatídico dia do acidente do Claudinho. Todas as cenas seguintes são muito emocionantes e é quase impossível não chorar neste filme, porém, o MidiaMAIS, detalhista que é, vibrou com eles cantando hits, como “Só Love” e “Conquista”, mas, sentiu falta da famosa dancinha com a mão no nariz. Mesmo assim, o filme precisa estar no seu checklist. Em Campo Grande, está sendo exibido em todos os cinemas!

Veja o trailer do filme:

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