Campo Grande tem duas casas no Centro, com portas secretas e muito privilégio: ‘parece chácara’
Donas adquiriram casas há cerca de 30 anos, já sabendo da porta e construção do córrego e parque
Graziela Rezende –
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Estreita, a porta mais parece uma extensão do muro e fica escondida atrás de uma árvore. No entanto, com a chave em mãos, a bancária aposentada Diadema Gelatti Bortoly, de 71 anos, abriu e mostrou que a “porta secreta” realmente existe. Na casa ao lado, já na varanda com piscina e muito verde, também há uma porta vazada, quase imperceptível. É o privilégio de duas famílias de Campo Grande que, mesmo morando no Centro, são rodeadas de muito verde e possuem entrada direta ao Parque Itanhangá.
Os imóveis pertencentes a D. Diadema e a D. Ângela [Maria Costa, de 70 anos] estão localizados na rua Itacuru, nas proximidades do rua Joaquim Murtinho, região central de Campo Grande. Há cerca de 3 décadas, as vizinhas adquiriram as casas, já sabendo das portas e da futura construção do parque.
Atualmente, colecionam bons momentos no cantinho, em que um córrego as divide das pessoas que frequentam o parque. “Aqui é bem tranquilo. Muitas vezes, nem parece que estou no centro da cidade. Foi meu pai quem comprou o terreno e, na época, já tinha a porta. Depois, construíram o córrego e a gente já sabia que ali seria a praça Itanhangá”, comentou ao MidiaMAIS o arquiteto André Costa, de 53 anos.
Visita de araras, tucanos e outros animais
A mãe dele, a professora Ângela Maria Costa, de 70 anos, ressaltou o privilégio de morar no local e comentou que, diariamente, recebe visita de araras, tucanos e outros animais, sempre ao entardecer. “Aqui parece uma chácara. É uma delícia”, falou.
Já Diadema fala do cuidado com o espaço e do plantio de pés de acerola, tamarindo, manga, além das flores. “Realmente, a sensação é de estar em uma chácara. Eu durmo com o barulhinho da água todo os dias e aqui é uma extensão do meu quintal. Também tem as alpinias, as singônios e outras plantas rasteiras que eu plantei. Ficou tudo lindo, com a praça ao redor”, contou.
Na época da pandemia, Diadema fala que sentava no banco em frente ao córrego.
“Ali eu relaxava, deixava de pensar em problemas. Abria a portinha secreta e ficava aqui. E sempre foi assim. Sou da época em que víamos peixes aqui no córrego. Agora, só água corrente, mas, tem três nascentes que desembocam aqui”, relembrou.
Logo quando mudou, Diadema fala que presenciava vizinhos buscando água e também possui lembranças do filhos brincando no local.
“Agora eu trago os netos. Quando estão aqui, adoram vir neste cantinho e ficam muito à vontade. Eu cuido sempre por isto. É um cantinho especial. Tem gente que fala: ‘Quando for vender aqui, me avisa’. Mas, não quero vender não. Estou muito bem aqui”, finalizou.
Veja o vídeo do barulhinho da água:
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