Empoderada, bem-humorada e…boa de marketing! Essas são algumas das palavras que definem o ‘furacão’ apaixonante que é Roberta Miranda, de 66 anos. Horas antes de subir ao palco do Campão Cultural para celebrar o aniversário de 45 anos de Mato Grosso do Sul, a cantora recebeu a imprensa no seu hotel para dar mais detalhes sobre o espetáculo. Em sua extrema simpatia e sagacidade, ainda aproveitou a oportunidade para fazer ‘merchan’ [propaganda] dos seus futuros trabalhos, fazendo referência a uma revelação bombástica citando o nome de Campo Grande.
Dona de si e de uma simpatia que percorre nas veias, a Rainha do Sertanejo fez questão de abordar assuntos profissionais e pessoais, que desde o começo caminharam em completa harmonia até o estouro no nome Roberta Miranda no Brasil. Em uma das afirmações, a artista disse ter vivido a pior dor da sua vida na Capital sul-mato-grossense. Segundo ela, sempre vinha para a cidade e tudo ocorreu quando datava seus 15 anos.
“Uma das piores dores da minha vida – se não foi a pior dor da minha vida – foi aqui que eu senti”. Sem dar muitos detalhes, explicou que tudo ocorreu em um antigo restaurante chamado Garfo de Ouro, onde cantava. Além disso, uma família muito influente de Campo Grande estaria envolvida com a polêmica, mas a identidade não foi revelada.
“Toda vez que eu piso aqui em Campo Grande eu choro muito, porque aqui foi a maior dor que causaram em mim”. Roberta não quis dar mais informações, mas afirmou que toda a verdade será revelada no seu livro previsto para ser lançado em 2023. Em questão de minutos, o mistério conquistou uma nova leitora em potencial de sua obra – e possivelmente muitos que estavam ali presentes.
Questionada sobre o show desta noite, aí não teve enigmas. Os fãs podem contar com as músicas ‘raízes’ da sua carreira como Ainda Ontem Chorei de Saudade’, Majestade O Sabiá, São Tantas Coisas, Sol da Minha Vida, Meu Dengo e demais canções memoráveis que marcam sua trajetória.
“O show que eu trago aqui [Campo Grande] é pra cima, me dá a oportunidade de brincar no palco, de cantar canções pra gente dançar. Eu pulo também junto com a galera – no outro dia tem a fisioterapeuta em casa – eu viro uma menina porque a energia de vocês é muito grande” – se empolga.
“Eu sei o que passei para chegar até aqui”
É inegável que Miranda tem uma energia contagiante. No entanto, nem sempre ela foi permitida de viver dessa forma. Vinda de uma estrutura totalmente machista, a cantora batalhou para romper barreiras e se consagrar no mercado sertanejo – onde a figura masculina é predominante.
“Eu vim de uma família muito castradora, nordestina. Mas é o meu jeito, a família se acostumou mais ou menos com meu jeito de falar, de lidar, eu tenho uma postura muito séria, com personalidade muito aguçada. Eu não tô nem aí…eu sei o que passei para chegar até aqui”, recorda.
Hoje, o cenário é outro! Roberta é conhecida pelos seus 37 anos de carreira com seu jeito astuto, individualidade forte e sempre ligada às questões do empoderamento feminino. Não é à toa seu nome ser percursor do Feminejo contemporâneo. Nomes como Maiara e Maraísa, Simone e Simária, Naiara Azevedo e Marília Mendonça só foram possíveis porque, anos atrás, Miranda escancarou as portas para que as mulheres pudessem entrar no segmento.
“Queria levar a música sertaneja para o mundo e pode ter certeza que todas elas [cantoras sertanejas na nova geração] se inspiraram em Roberta Miranda. São agradecidas ao trabalho de base que eu fiz para que pudessem hoje brilhar no mundo sertanejo”, diz a cantora, orgulhosa.
Ainda na ativa e sem pretensão de parar, o próximo lançamento será ‘Amor Amigo’.
Homenagem a Marília Mendonça
Roberta Miranda ainda fará uma homenagem a Marília Mendonça no show. Prestes a completar um ano da morte da sertaneja – falecida em 5 de novembro vítima de acidente aéreo – ambas tiveram uma relação inquebrável. A cantora, por sinal, afirma ter ficado muito abalada com a morte da amiga pois a considerava uma filha.
“Eu trago no meu show uma homenagem para ela. Eu enxergava Marília como uma filha. Eu chamo de sementinhas, aquilo que a grande árvore planta e vai dando frutos maravilhosos […] a Marília tinha uma forma de falar com o novo, o Feminejo, de empoderamento. Ela deixou um grande legado”.
Roberta Miranda no Campão Cultural
Ao fim da entrevista, a artista se despediu para se preparar para o evento desta terça-feira. Espetáculo ocorrerá na Esplanada Ferroviária às 21h40 e terá duração de 1h20. Antes do show principal da paraibana, haverá também apresentação da dupla sertaneja Luis Goiano e Girsel da Viola, às 20h30. Segundo ela, show será repleto de romantismo.
“O amor é infinito, está presente em todas as coisas. O mundo clama por amor, mas isso não quer dizer que a gente é piegas, quer dizer que precisamos de amor na vida da gente”, conclui.
A programação musical do Campão Cultural segue a todo vapor com show de Ludmilla e MC Tha na quinta-feira (13). Na sexta (14), campo-grandenses podem esperar Supercombo, Drik Barbosa, MV Bill e Rashid. A programação se encerra no sábado (15), com show de Marina Peralta, Baiana System, KL Jay e Thaíde.
Quer conferir a programação completa do Campão Cultural? Clique AQUI! A Esplanada Ferroviária fica na Avenida Calógeras, nº 5045.
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