De dia, de noite, no aguaceiro ou sol forte, quem para ali sabe que fica ao relento. E nesta quinta-feira (27), dia em que a previsão aponta grande probabilidade de chuva, muitos usuários se dizem ainda mais revoltados com os pontos de ônibus da capital sul mato-grossense. (Veja vídeo no final da matéria)

Alguns inclusive ganham apelido, como é o caso de um ponto na Avenida Duque de Caxias, nas proximidades do Aeroporto Internacional de Campo Grande. Apelidado de “observatório da Nasa”, o local está com parte da estrutura destruída, sem cobertura.

“Eu passo ali direto e, sendo bem irônico, quando o usuário ficar ali sentado, pode olhar pra cima e ficar observando o céu, os pássaros, aviões passando. E se for à noite, pode contemplar as estrelas, só que, se chover, meu amigo, não tem pra onde correr. Aqui é tudo, menos um ponto de ônibus. Acho que é o observatório da Nasa, construído em parceria com a prefeitura”, disse, com ironia.

‘Só tem ponto decente na frente do shopping e prefeitura’, diz usuária

A esteticista Jenifer Laranjeira, de 34 anos, fala que é um descaso total ter um ponto como este, não somente lá, mas, também em outras regiões da cidade. “Vejo ponto decente só na frente do shopping e da prefeitura. No bairro, onde as pessoas não tem voz, esquecem. Penso que a prefeitura e o Consórcio Guaicurus nos acham com cara de palhaço”, comentou.

Ponto de ônibus na Avenida Duque de Caxias. Foto: Vinicius Santana/Arquivo Pessoal
Ponto de ônibus na Avenida Duque de Caxias. Foto: Vinicius Santana/Arquivo Pessoal

A funcionária do setor administrativo de um hospital, Rosana Aparecida, lamenta e diz que é uma “falta de respeito com o cidadão”. “Aliás, acabei de atender uma funcionária que foi assaltada no ponto de ônibus, na Vila Popular. Levaram todos os documentos, celular, R$ 300 reais que ela tinha na carteira e agora ela veio trazer o boletim de ocorrência no RH [Recursos Humanos]”, argumentou.

A também usuária do transporte coletivo, Silvina Soares, de 62 anos, avaliou que os pontos de ônibus precisam de uma maior manutenção. “Se não tiver, nem adianta ter ponto, porque eles vão estragando com o tempo e precisam de cuidado. Aí nós é quem sofremos, é difícil. A gente fica no sol, na chuva, é um sofrimento”, disse.

A secretária Maria Joana Claro, de 55 anos, disse que pega ônibus há 21 anos e considera este fato um desrespeito. Assim como ela, a cozinheira Arlete de Soares, também usufrui do serviço há mais de duas décadas.

“O meu ponto é ali na Júlio de Castilho, tem cobertura dos dois lados. Só que, quando eu volto pra casa, pego na frente do Maria Constança, onde tinha um ponto antigo. Quando fizeram a calçada, retiraram e não colocaram nada, está sem cobertura alguma. Quando chove, a gente fica ao relento. É uma falta de respeito com o usuário, um absurdo”, finalizou.

Agetran diz que vai fazer reparos

A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) informa que uma equipe irá até o local para fazer os levantamentos e reparos necessários. A previsão é que a manutenção seja concluída nos próximos dias. 

Veja a situação do ponto de ônibus: