Na onda dos supermercados, confeiteiras apostam na pré-Páscoa para venda de doces em Campo Grande
Segundo empresárias, a procura por ovos caseiros de chocolate aumentou nos últimos anos e pré-Páscoa ajuda na divulgação
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Faltam dois meses para a Páscoa, comemorada no dia 17 de abril, mas o aparecimento dos ovos de chocolates nas gôndolas dos supermercados de Campo Grande tem surpreendido moradores. Essa antecipação serve justamente como estratégia na época festiva. Com o mercado cada vez mais abrangente, as confeiteiras também apostam na pré-páscoa para aumentar vendas em 2022.
Dayanne Christina de Paula Teixeira, de 34 anos, é formada em gastronomia e comanda uma empresa de doces na Capital. Ao MidiaMAIS, ela contou que iniciou no ramo em 2016 quando foi diagnosticada com Esclerose Múltipla, uma doença degenerativa e sem cura. Ela encontrou na confeitaria a motivação para não desistir.
Atualmente, ela trabalha com doces finos, tradicionais, gourmets, trufados e até pastéis doces. Para a festividade, ela já garantiu o cardápio de pré-páscoa com o miniovo de 50g. Também contou que faz esse tipo de serviço todos os anos com dois meses de antecedência.
“É onde apresento os sabores que estarão disponíveis no cardápio em um tamanho menor, com menor valor. Sendo assim, quem ainda não é cliente tem a oportunidade de provar, conhecer melhor o meu trabalho e a qualidade do meu produto”, afirma.
O sucesso é certeiro. Poucos dias após a disponibilização do cardápio, Dayanne já tem encomenda de 250 unidades.
Salto na economia
O negócio de Dayanne não escapou da pandemia em 2020. Na época, a confeiteira precisou entregar os ovos no portão de cada cliente. Já 2021, com o avanço da vacinação em Mato Grosso do Sul, trouxe melhores resultados.
Para Dayanne, isso aconteceu porque o mercado da confeitaria teve um salto gigantesco. Além disso, cada vez mais as pessoas preferem ovos caseiros do que os industriais comprados nas lojas. Para ela, a expectativa é que 2022 seja ainda melhor.
O mesmo é apontado por Marianny Cunha de Souza, de 27 anos. Formada em engenharia civil, ela começou na confeitaria justamente com os ovos de Páscoa. Para o Midiamax, ela afirma que é a melhor época de vendas para quem trabalha com doce.
“O faturamento do mês de Páscoa é sempre bem maior que nos outros meses. A Páscoa é a maior e a mais lucrativa data do ano todo na confeitaria, então todo ano planejo certinho para na Páscoa vender mais que no ano anterior”, afirma.
Antecipar para divulgar
Marianny tem cinco anos de experiência na área e expandiu seu comércio para bolos decorados, lembranças e cento de doces em Campo Grande. Essa é a primeira vez que ela vai fazer um cardápio pré-Páscoa. Este, por sua vez, será divulgado no fim de fevereiro, enquanto o cardápio oficial será lançado somente em março.
Assim, os clientes terão tempo de conhecer e escolher as encomendas. “Divulgar um cardápio de pré-Páscoa é a oportunidade perfeita dos clientes conhecerem os produtos que vou usar. É uma ótima estratégia para aumentar as vendas e o lucro”, comenta.
Questionada sobre as vendas nos piores meses da Pandemia, os números chocam: ela aumentou a demanda. “Cada vez mais, as pessoas estão valorizando os produtos artesanais e isso acontece, pois temos sabores especiais que os ovos industrializados não têm. Comparado com os outros anos, a minha demanda de Páscoa não diminuiu na pandemia, elas aumentaram. E acredito que isso só foi possível, pois divulgo muito na internet e nas redes sociais”, conclui Marianny.
Baixa procura por ovos de Páscoa
Porém, o cenário de vendas das confeiteiras foi totalmente o oposto do comércio tradicional dos Ovos de Páscoa. Por isso, os supermercados de Campo Grande já estão colocando o item à venda.
Segundo o presidente da CDL CG (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande), Adelaido Vila, a intenção é provocar o consumo dos moradores e entrar no clima da comemoração.
“No ano passado tivemos uma demanda baixa, não atingiu a expectativa dos lojistas, foi muit o triste, pois o consumo foi bem menor do esperado. Nessa antecipação, queremos justamente impulsionar as vendas que foram impactadas pelo baixo consumo, que foi causado pelo baixo poder de compra”, disse.
Ainda segundo Vila, a expectativa é que com mais tempo visível nas lojas, o consumidor tenha mais vontade de comprar. “A estratégia é a mesma usada no fim do ano, por exemplo, em novembro já estamos nos programando para as festas de Natal”.
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