Com 13 milhões de desocupados, Brasil registra meios inusitados de busca por emprego
Cerca de 13,2 milhões de pessoas estão desocupadas no Brasil atual, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre novembro de 2018 e fevereiro de 2019. Qualificação técnica, proatividade, disposição para buscar novos desafios, proficiência em idioma estrangeiro – u…
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Cerca de 13,2 milhões de pessoas estão desocupadas no Brasil atual, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre novembro de 2018 e fevereiro de 2019. Qualificação técnica, proatividade, disposição para buscar novos desafios, proficiência em idioma estrangeiro – um perfil profissional interessante e um currículo invejável podem não ser suficientes para estar de fora das estatísticas e os números refletem realidades cada vez mais amargas vividas no país.
Quando analisado o trimestre que engloba os meses de fevereiro, março e abril de 2019, os dados do IBGE apontam que a taxa de desemprego chegou a 12,5% e o número de pessoas desalentadas – que desistiram de buscar emprego – cresceu 4,3% em relação ao trimestre anterior. Isto significou o ingresso de mais de 202 mil pessoas no referido segmento.
Na contramão do desalento, Wítalo Cruz, 26 anos. Ele é graduado em Direito e têm experiências na área, mas está desempregado desde janeiro deste ano. Por conta de poucos retornos dos currículos enviados sem nenhuma proposta de entrevista, teve uma ideia: passou um dia de terno e gravata, segurando faixa com um pedido de emprego e divulgando as suas experiências. O “plantão” foi feito em frente ao Brasília Shopping, um dos locais mais movimentados da capital do Distrito Federal.
“Devido a tristeza de não receber o retorno dos lugares onde eu entregava currículo, veio a ideia da faixa. Na minha mente eu pensava: através da faixa um número maior de escritórios e empresas saberão que estou precisando de emprego e, pelo menos, irão me chamar para uma entrevista e as oportunidades virão”, conta o profissional. A atitude foi tomada diante da quantidade de dívidas que se acumulavam, mas, como reflexo das fotos viralizadas na internet, escritórios e empresas começaram a entrar em contato com profissional para marcar entrevistas.
Mesmo com os dados desanimadores da PNAD Contínua e do IBGE, um indicador traz a possibilidade de dias melhores para Wítalo e boa parte da população brasileira. A geração de empregos com carteira assinada, que, após quatro anos esteve em queda, subiu para 1,5% em relação ao mesmo período de 2018, com a geração de 480 mil postos de trabalho, totalizando 33,1 milhões de pessoas empregadas no setor privado.
O advogado acredita que esse cenário vai melhorar, não só para ele mas para todos que se encontram nessa situação. E assim que conseguir um emprego já tem prioridades. “A prioridade vai ser pagar as contas que estão atrasadas, com fé em Deus! ”, completa Wítalo que já pensa em adquirir mais conhecimentos: “Irei fazer pós-graduações e me aperfeiçoar e crescer na área a qual me formei”, revela otimista.
Wítalo conta que, durante a graduação na Universidade Católica de Brasília (UCB), estagiou no Tribunal de Justiça do DF, Câmara dos Deputados, Defensoria Pública da União e Conselho Federal de Medicina. Após receber a carteira da OAB trabalhou em um escritório e, posteriormente, no Governo do Distrito Federal onde possuía um cargo comissionado.
Variações do mercado de trabalho
A analista de Recursos Humanos Tamires Assis, pontua que o mercado de trabalho vem sofrendo variações em consequência da crise econômica nos últimos anos, o que reflete na escolha do profissional. “As empresas têm buscado cada vez mais profissionais multipotenciais, que sejam capazes de serem mais com menos. A depender da segmentação e área, os especialistas ainda têm espaço no mercado e são fundamentais para determinadas atividades”.
Outro ponto destacado por Tamires é a demanda versus oferta. Quanto mais concorrentes disponíveis no mercado, menor é o salário ofertado. “Lembrando que isso depende dos setores e cargos”, ressalta. A especialista dá algumas dicas importantes para quem está precisando preparar o currículo: organizar as informações de forma cronológica e por “seção” (formação acadêmica; cursos; experiências; idiomas e etc) facilita a leitura do recrutador; escrever de forma objetiva, mas não deixar de colocar o que é essencial, que são atribuições de grande relevância na sua área de atuação, ditas como palavras chaves.
Já na entrevista: demonstrar vitalidade e desejo de assumir aquela posição. Buscar valorizar todas as suas competências e resultados e, quando expor os erros, destacar o aprendizado obtido. É importante também expressar identificação com os valores da empresa e demostrar que os possui por meio de exemplos práticos.
Agência Educa Mais Brasil
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