Após polêmica, mulheres defendem mãe que desabafou sobre as dificuldades da maternidade
Para mães da Capital, internautas ‘pegaram pesado’ com a mãe que desabafou
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Para mães da Capital, internautas ‘pegaram pesado’ com a mãe que desabafou
Alguns ditados que permeiam a sociedade carregam um significado até maior do que o imaginado. “Ser mãe é padecer no paraíso” é um deles. Esta semana, uma brincadeira que começou nas redes sociais americanas chegou até o Brasil, e envolvia justamente essa etapa na vida da mulher. No “Desafio da Maternidade”, mulheres foram incentivadas a postar fotos felizes com os filhos e falar sobre alegria de ser mãe.
Porém a dona de casa Juliana Reis, 25, desabafou justamente sobre a dura rotina de uma mãe. “Eu vou lançar outro desafio, o desafio da maternidade real. De tudo que as mães passam e as pessoas não dão valor, como se toda mulher já tivesse sido programada para viver isso”, publicou no Facebook. A ação gerou uma enorme polêmica com internautas. Houve quem a acusou de ter depressão pós-parto. A questão parece apenas sobre uma polêmica em rede social, mas a análise foi além, e ela acabou sendo bloqueada pelo próprio Facebook.
Na Capital, mães falam sobre o assunto e opinam tanto sobre o depoimento da mãe quanto dos insultos praticados. A turismóloga Aline Antonini, 35, mãe do Luigi de 9 anos, afirma ter ficado com vontade de “abraçar” Juliana Reis. “Quando eu engravidei na faculdade tive o apoio da minha família mas fui abandonada pelo namorado e pela família dele. É complicado porque você é ridicularizada e exigem que você deixe de ser mulher e seja uma mãe perfeita”, opina. Para ela, a cobrança sobre a obrigatoriedade da maternidade é negativa e afeta as mulheres e também seus filhos. “Meu filho é o que me fez melhorar essa questão da auto-estima, ele tem essa preocupação comigo mas o massacre sobre as mulheres é verdadeiro. Vejo que toda essa pressão reflete na criação ruim e dolorida inclusive para os filhos”, acredita.
Carga psicológica
Segundo a psicóloga Fernanda Alencar Silveira, o relato de Juliana Reis é só um dos muitos que as mães “guardam para si” e que jamais abordam por medo de serem julgadas e execradas. “A sociedade tem uma ilusão de que a mãe é uma ‘instituição’ inabalável, isenta de falhas, sempre disposta ao sacrifício e extremamente indulgente com as crias, mesmo que elas errem deliberadamente. Que a mulher precisa ser mãe para ser plena. Não podemos mais exigir tamanha carga de uma mulher ou isso terá consequências em seu equilíbrio mental, físico e social”, indica a profissional.
Para a empresária campo-grandense Alessandra Araújo, 29, mãe de João Pedro, 2, e Laís, 5, o “Desafio da Maternidade” tem o lado bom de exaltar a relação entre mães e filhos. “Não concordo com muita coisa que a mãe (Juliana Reis) falou na postagem mas não posso julgá-la. O parto de Laís foi muito tranquilo mas no de João Pedro eu sofri violência e até hoje lido com isso. Não imagino como seja para alguém sem apoio. As pessoas deveriam se solidarizar mais com as mães, pois somos humanos”, opina.
A jornalista Karol Resquim, 27, mãe do Leoni, 9, também acredita que as pessoas não deveriam julgar com rapidez uma mulher que desabafa sobre os problemas do cotidiano de criar um filho. “A maternidade tem sim altos e baixos, mas o que me faz ser feliz mesmo é ter o filho que tenho. Tem quem sonha em ser mãe, e também quem não inclui a maternidade em sua lista de prioridades. Porém, não posso negar que não é para todas as mulheres que a maternidade vem assim, tão bela e suave. Por isso, o respeito, principalmente entre nós mulheres, é fundamental! Não julgue a opinião de outras mães, você não carregou o filho delas!”, enaltece.
Mesmo tendo Leoni aos 18 anos, ela acredita que teve muito apoio da família e isso fez total diferença. “As pessoas precisam entender a diferença entre a maternidade e o amor pelo seu filho. A maternidade é o cotidiano que realmente possui muitas dificuldades. O amor pelo seu filho é outra história, criticar essa mãe é hipocrisia, ignorância e falta de empatia”, pontua.
Confira abaixo a carta publicada pela mãe após a polêmica:
Uma amiga postou um texto lindo que eu quis compartilhar mas eu não tive tempo e nem a resposta se ela me autorizava. Até agora eu não sei se foi com intuito de me criticar ou de me apoiar, mas isso NÃO importa. No texto ela fala que tem uma diferença entre ser mãe e ter filho. Que ser mãe requer entrega, sacrifício, doação total e amor. Ter filho muita gente tem. E é a mais pura verdade. Quando eu decidi ter esse bebê, eu decidi ser mãe. Só que quando eu me tornei mãe, a Juliana de antes morreu e eu ainda estou de luto por essa morte. Ainda sinto falta de mim, do que eu era antes, de como as coisas eram mais fáceis.. Enfim, o fato de eu estar detestando essa fase não implica no meu amor pelo meu filho, ele é muito bem cuidado. E eu decidi ser mãe pq eu o amo tanto que estou disposta a fazer o que eu “detesto” pro que melhor é melhor pra ele.
Às mães que deram a cara a tapa junto comigo: Vocês são sensacionais! Muito amor por vocês!
À quem critica, porque gosta de criticar, ou porque não concorda comigo mesmo (talvez você tenha tido a maternidade dos sonhos): Meu amor por vc! E peço pra que tenham mais compaixão com a dor do outro! As palavras machucam.
Espero recuperar meu Facebook logo. Até lá, eu sigo acreditando na máxima do meu poeta preferido:
“As pessoas não são más, elas só estão perdidas. Ainda há tempo!” (Criolo)
Abraços
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