Personalizadas, bonecas peruas de Andrea Lacet tem a cara da dona
Com foto, ela faz a boneca com as mesmas características da dona.
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Com foto, ela faz a boneca com as mesmas características da dona.
Com as mesmas características que a dona, as peruas de Andre Lacet tem a mesma carinha de quem as encomenda. A designer de interiores e psicóloga conta que o trabalho de personalização das peruas começou por acaso e hoje é um diferencial de sua arte. “Faço as peruas com as mesmas características da dona. É como se fosse uma caricatura”, diz.
Para fazer a perua, Andrea conta que pega uma foto da pessoa e a faz com as mesmas características. De uma psicóloga, amiga sua, a perua ficou sentada no sofá tomando café e lendo um livro. “Ela adora café e ler. Ela me pediu que fizesse exatamente como está a foto. E eu fiz”, diz.
A arte que tem ganhado espaço aos poucos em Campo Grande é sucesso fora daqui. Andrea conta que tem uma cunhada que mora nos EUA e desde a primeira vez que enviou uma boneca de presente, as encomendas não pararam. “Tenho dificuldade em vender o trabalho aqui, talvez pelo preço. Mas fora é um sucesso. Vendo muito bem no Sul e nos EUA”, diz.
Preocupada em popularizar sua arte, Andrea lançou as miniaturas de peruas com preços bem mais acessíveis (cerca de R$ 90,00). As peruas grandes podem chegar a R$ 600, ou mais dependendo do modelo e material. “Quero que as pessoas consumam, que vejam meu trabalho. Por isso, lancei as miniaturas”, diz.
Ela justifica o preço e diz que o material além de ter de trazer de fora, porque a argila aqui tem uma qualidade diferente, a tinta usada, que é esmaltada, também não custa pouco. “O material é de primeira. As pessoas me questionam o valor, mas garanto que é uma peça para vida toda”, diz.
Namorado
E já que é para vida toda, as peruas vão ganhar um companheiro. Neste ano, em março, durante um exposição que vai acontecer no Sesc Horto (não há data definida), Andrea Lacet vai lançar o ‘estribado’. O boneco será o companheiro para as peruas. Com estilo cangaceiro, o boneco promete ser o par perfeito para as bonecas. “Já trouxe todos os acessórios do nordeste. Ele vai ser um cangaceiro”, adianta.
Andrea diz que a decisão de fazer um companheiro para as bonecas veio a partir de pedidos de bonecos ‘machos’. “Os amigos pediam para fazer bonecos deles e eu dizia que só fazia as peruas. De tanto insistirem acabei fazendo um chef, para um amigo pessoal, e depois dele, outros viram e começaram a me ligar pedindo”, diz.
O inicio
Andrea sempre foi encantada por desenhos e pinturas. Desde pequena gostava de pegar caixinhas de fósforos, recortar, colar e dar novas formas e cores ao material que para muitos não era nada, mas para ela uma obra de arte.
Com o tempo, a vontade de fazer arte foi crescendo, mas a família queria que fizesse uma faculdade tradicional. “Conforme fui crescendo veio a cobrança de me formar, de fazer uma faculdade. E na minha época artista não era bem visto como hoje. Minha família não deixou eu fazer artes plástica”, diz, lembrando que acabou optando pela psicologia por ser outra área que a atrai muito.
Mas ao mesmo tempo em que estudava Piaget, Max Wertheimer, Freud, entre tantos outros grandes nomes da psicologia, se matriculou no curso de desenho e pintura. Estudou com vários artistas aqui em Campo Grande como Leonor Lage, Maria Raquel e Alexandra Camillo.
Com Maria Raquel, por exemplo, conheceu a argila. Principal material usado em suas peruas. “Depois que conheci a argila, me encantei com a possibilidade de ver aparecer uma forma tridimensional. Aos poucos me desinteressei pelo desenho e pela pintura e me aprofundei na argila, no trono”, diz.
De inicio os trabalhos eram bem figurativos, formas clássicas do que se poderia fazer com a argila. Até que em 2010 começou a fazer as peruas e não parou nunca mais. Quem a ajudou muito neste novo processo foi a ceramista Alexandra Camillo. “Aprendi muito com ela”, diz.
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