Pai do menino Bernardo vai prestar depoimento com detector de mentiras

O médico Leandro Boldrini, 31, acusado de participar do assassinato do filho, o menino Bernardo, 11, no noroeste do Rio Grande do Sul, deve prestar novo depoimento, agora perante um detector de mentiras. A Justiça acolheu um pedido feito pela própria defesa de Boldrini, que está preso na Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas), […]

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O médico Leandro Boldrini, 31, acusado de participar do assassinato do filho, o menino Bernardo, 11, no noroeste do Rio Grande do Sul, deve prestar novo depoimento, agora perante um detector de mentiras.

A Justiça acolheu um pedido feito pela própria defesa de Boldrini, que está preso na Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas), na região metropolitana de Porto Alegre.

No dia 16 de maio, foi aceita a denúncia do MP (Ministério Público), e os suspeitos de participação na morte de Bernardo se tornaram réus. Os promotores ofereceram denúncia contra Boldrini; a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, 32; a amiga do casal Edelvânia Wirganovicz, 40; e seu irmão, Evandro Wirganovicz, por envolvimento no assassinato do garoto, em 4 de abril.

Os três primeiros responderão por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima) e todos por ocultação de cadáver. Leandro foi denunciado, ainda, por falsidade ideológica.

Nessa segunda-feira, Graciele teve um pedido negado pela Justiça. Ela havia solicitado que fosse transferida da Penitenciária Feminina de Guaíba, na Grande Porto Alegre, onde está presa desde o dia 3, para uma casa prisional mais próxima a seus familiares.

O advogado de Boldrini, Jader Marques, foi procurado pela reportagem para comentar a autorização judicial, mas não retornou as ligações.

O caso

Depois de receber o inquérito da Polícia Civil, o MP formulou sua denúncia. Conforme a promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira, o assassinato de Bernardo teve início na cidade de Três Passos, por volta das 12h. Ele foi morto aproximadamente às 15h, na cidade vizinha de Frederico Westphalen.

Na ocasião, Graciele, com a desculpa de comprar uma televisão e um aquário para o enteado, levou o menino até Frederico Westphalen. Ao entrarem no carro, ela deu ao menino, por via oral, o medicamento Midazolam, sob o argumento de que era preciso evitar enjoos. Em seguida, já na cidade vizinha, Graciele e Bernardo se encontraram com Edelvânia, indo, os três juntos, para a localidade de Linha São Francisco, próximo a um riacho, onde uma cova vertical fora aberta dias antes.

Graciele deu uma injeção em Bernardo com o mesmo medicamento, “em quantidade suficiente para lhe causar a morte, conforme laudo pericial que atesta a presença do medicamento no estômago, rins e fígado da vítima”, ressaltou a promotora.

De acordo com o MP, o médico Leandro Boldrini “concorreu para a prática do crime contra seu próprio filho”, como mentor e incentivador da atuação de Graciele. “Em todas as etapas da empreitada delituosa, inclusive no que respeita à arregimentação de colaboradores, à execução direta do homicídio, à criação de álibi, além de patrocinar despesas e recompensas, bem como ao fornecer meios para acesso à droga Midazolam utilizada para matar a vítima”, salientou ela.

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