Mulher linchada no Guarujá pode se tornar lei no Congresso

Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, que morreu após ser linchada por moradores no Guarujá, poderá dar nome a projeto de lei no Congresso Nacional. De acordo com o advogado da família de Fabiane, Airton Sinto, a intenção é alterar o Código Penal para incluir uma punição a quem publica falsas informações em páginas da […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, que morreu após ser linchada por moradores no Guarujá, poderá dar nome a projeto de lei no Congresso Nacional. De acordo com o advogado da família de Fabiane, Airton Sinto, a intenção é alterar o Código Penal para incluir uma punição a quem publica falsas informações em páginas da internet e que possam causar comoção social, resultando em possíveis agressões, como ocorreu com a dona de casa.

O advogado revelou que procurou alguns parlamentares para discutir o assunto e que o deputado federal Ricardo Izar Junior (PSD-SP) se dispôs a apresentar o projeto na Câmara. “A Lei Fabiane de Jesus é uma maneira de punir e evitar que situações similares se repitam”, explicou ele.

Em relação às investigações sobre o linchamento da dona de casa, Sinto destacou que além dos cinco presos, existe a possibilidade de que outras pessoas sendo relacionados ao crime. “Queremos identificar os outros que estiveram envolvidos na agressão e também quem ficou omisso (só assistiu). Vamos buscar Justiça até o fim”, afirmou.

Fabiane foi espancada por moradores do Guarujá, na Baixada Santista, depois de confundida com suspeita de ter sequestrado uma criança no bairro de Morrinhos para praticar rituais de magia negra. O caso foi registrado na noite do dia 3 de maio e teria sido motivado por uma publicação no Facebook da página Guarujá Alerta. Na mensagem postada na rede social, uma página mostrava a foto de uma mulher parecida com a que foi agredida.

Os moradores reconheceram uma vizinha como a mulher da foto. Fabiane foi amarrada, arrastada e espancada por um grupo de pessoas após a divulgação da imagem, segundo a Polícia Civil.

A vítima foi enterrada na manhã do dia 5 de maio, sob protestos de familiares. Ela deixa duas filhas de 13 anos e 1 ano de idade. O responsável pela página Guarujá Alerta, que teria divulgado o retrato falado da sequestradora de crianças, foi chamado pela polícia para prestar esclarecimento. Ele depôs por duas horas e meia, cedeu para a polícia a senha da página que administra, e disse que não incitou o linchamento.

Conteúdos relacionados