Jovem que apanhou de namorado bêbado pode ter esquecido por ‘blecaute alcoólico’

De acordo com o perito Domingos Sávio Ribeiro, que fez a reconstituição da cena do crime e os laudos técnicos do caso Giovanna, um dos possíveis motivos para a falta de memória da jovem seria o chamado ‘blecaute alcoólico’. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa sobre o caso, na manhã desta sexta-feira (6) […]

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De acordo com o perito Domingos Sávio Ribeiro, que fez a reconstituição da cena do crime e os laudos técnicos do caso Giovanna, um dos possíveis motivos para a falta de memória da jovem seria o chamado ‘blecaute alcoólico’. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa sobre o caso, na manhã desta sexta-feira (6)

Este é um termo da medicina que se refere à perda da memória temporária, especificamente causada pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Ele ocorre mais comumente em indivíduos que bebem com a ‘barriga vazia’, afetando principalmente idosos e mulheres. Giovanna Nantes, 19 anos, foi agredida, supostamente pelo namorado, na virada do ano.

Em um cálculo, que levam em conta o depoimento de Matheus Zadra Tannous, 19 anos, de que o casal teria consumido uma garrafa de champagne e uma de conhaque, e levando em conta o peso dos dois, e o tipo físico, foi concluído que Giovanna teria quantidade suficiente de álcool no sangue pra sofrer dessa condição temporária.

“Acreditamos que esse possa ser um dos motivos para que a Giovanna não tenha vindo prestar o depoimento”, afirma a titular da Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher Rosely Molina, que presidi o caso.

A delegada também afirma que o depoimento da vítima é sempre fundamental para a construção de um inquérito de violência doméstica. E se o público acha necessário faremos o acréscimo ao caso”, fala.

Violência causada pela bebida

De acordo com o perito, o nível de álcool no sangue de Matheus seria compatível com a fase em que a pessoa se torna mais violenta e perde as inibições motoras.

De acordo com a delegada que acompanhou a reprodução simulada, Suzimar Batistela, em muitos pontos o depoimento de Matheus perdia a consistência, ou ele alegava não se lembrar dos fatos.

A polícia também tem uma gravação na qual o pai de Matheus, Michel Tannous, liga para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em que o homem procura saber onde está a jovem. Ao fundo da ligação podemos ouvir Michel afirmando que Matheus não poderia beber, pois ele já havia entrado em coma alcoólico.

Laudo policial

Um dos pontos mais relevantes da perícia realizada é que há indícios de que Matheus tenha atingido o rosto de Giovanna com o calcanhar resultado na gravidade da fratura. “Eles estavam com roupas íntimas, ou seja o Matheus estaria descalço, e de acordo com o levantamento da perícia os ferimentos são compatíveis coma utilização do calcanhar”, afirmou Batistela.

Foi constatada também uma fratura na testa que pode ter sido causada por uma cadeira, que foi encontrada no local dos fatos, mas foi comprovadamente movida do local original.

Matheus vai responder por lesão corporal grave com  agravante da violência doméstica, com pena de 1 a 5 anos de prisão acrescido de um terço.

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