Homossexuais se reúnem em frente à residência de Levi Fidelix para beijaço
Integrantes de grupos de defesa à população LGBT (lésbicas, gays, bisessexuais e transgêneros) fizeram hoje (4) um ato pacífico em frente ao prédio onde reside o candidato à Presidência da República, Levi Fidelix (PRTB), que durante debate em uma emissora de televisão fez declarações consideradas homofóbicas. Para demonstrar insatisfação quanto às palavras do candidato, os […]
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Integrantes de grupos de defesa à população LGBT (lésbicas, gays, bisessexuais e transgêneros) fizeram hoje (4) um ato pacífico em frente ao prédio onde reside o candidato à Presidência da República, Levi Fidelix (PRTB), que durante debate em uma emissora de televisão fez declarações consideradas homofóbicas.
Para demonstrar insatisfação quanto às palavras do candidato, os participantes fizeram discursos e se beijaram durante a manifestação. Membro de um dos grupos organizadores, o advogado Luiz Arruda, 37 anos, destacou que Fidelix entrou na casa dos brasileiros por meio de uma concessão pública de televisão para dizer que os homossexuais deveriam ser perseguidos, separados da sociedade e que eram doentes. “Nós viemos falar um pouco para ele como é o nosso amor, que é uma coisa bonita e não tem nada de doente, de sujo”.
Segundo Luiz, o tipo de discurso usado por Fidelix ainda não está equiparado com o discurso contra negros, judeus, religiosos, e como ainda não há uma forma legal para prender alguém que utiliza esse tipo de fala, torna-se necessário passar a mensagem do grupo. “Pelo menos até que o Congresso Nacional criminalize a homofobia, nos mesmos termos do racismo. Ele foi muito agressivo, fazendo um discurso muito parecido com o discurso nazista. Ele falou claramente que nós tínhamos que nos tratar longe da sociedade”, acrescentou.
A vice-presidente da Comissão da Diversidade Sexual e Combate à Homofobia da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB/SP), Raquel Macedo Rocha, disse que a sociedade LGBT não compactuará mais com manifestações intolerantes que incitem a violência no país. “Esse tempo já foi, e é isso que o movimento quer mostrar. É um movimento pacífico para dizer ‘nós existimos e não queremos nada mais do que o senhor [Levy Fidelix] acha que queremos’. Queremos liberdade e igualdade, somos cidadãos que pagam impostos e temos direitos e deveres”.
Maria Júlia Giorgi faz parte do grupo Mães pela Igualdade, e contou que participou do ato porque tem um filho homossexual que foi agredido um dia depois do debate no qual Fidelix falou contra os gays. “Meu filho e o namorado foram passar férias em Natal e sofreram ataque homofóbico lá. Eles foram abordados por dois homens na praia e foram ameaçados de morte, estupro, assaltados e perseguidos. Sorte que a população ajudou e eles conseguiram entrar em um restaurante que forneceu um veículo para levá-los ao hotel”, disse ela.
Segundo ela, não foi a primeira vez que seu filho sofreu um ataque desse tipo. Em outras duas situações ele sentiu medo devido à intolerância contra homossexuais. “Nós temos que proteger nossos filhos. Somos famílias bem constituídas e amorosas, apesar do que ele fala. Nossos filhos não estão sozinhos. Todos eles já têm alguma experiência por conta de agressão homofóbica. O discurso feito na televisão é um incentivo ao ódio, e um ódio que não sabemos de onde sai, porque esse estigma que ele [Fidelix] coloca, da promiscuidade, não existe. Gays são seres humanos”, arrematou Maria Júlia.
O candidato Levy Fidelix não foi encontrado para comentar sobre a manifestação.
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