Fundo diz que “não há perspectiva” de solução em litígio com a Argentina

O fundo de investimento Aurelius, que lidera junto com o NML um processo contra a Argentina pelo pagamento integral de títulos da dívida do país, informou nesta quarta-feira que, depois de se reunir com várias entidades financeiras, “não há perspectiva realista para uma solução privada” e que a Argentina procura entrar em “moratória completa”. O […]

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O fundo de investimento Aurelius, que lidera junto com o NML um processo contra a Argentina pelo pagamento integral de títulos da dívida do país, informou nesta quarta-feira que, depois de se reunir com várias entidades financeiras, “não há perspectiva realista para uma solução privada” e que a Argentina procura entrar em “moratória completa”.

O Aurelius acusou em comunicado o governo da Argentina de ter tomado “uma decisão calculada e cínica de violar e repudiar as ordens do tribunal” que julga o caso nos Estados Unidos e disse que, embora “o povo da Argentina já tenha pagado um preço muito alto pela arrogância de seus líderes”, se a situação continuar assim, “o pior está por vir”.

O fundo diz ter feito “exaustivos esforços” para chegar a um acordo com o governo de Cristina Kirchner e que tentou também pactuar “com várias partes sobre o que foi chamado de uma ‘solução privada’ que reverta ou acabe com a presente moratória”, mas sem conseguir sucesso.

“Nenhuma das propostas recebidas era remotamente aceitável”, e “nenhuma das propostas que fizemos recebeu uma resposta produtiva”, acrescenta o comunicado.

Embora a Argentina tenha dito nas negociações sobre sua impossibilidade de violar a cláusula “Rufo”, que garantia aos credores que aceitaram renegociações das dívidas em 2005 e 2010 que nenhum outro interessado conseguiria condições melhores que as que o país lhes deu, o Aurelius discordou da alegação.

Os negociadores argentinos “não se esforçam para conseguir uma maneira de contorná-la, apesar de terem recebido muitas ofertas por parte dos detentores de bônus de dívida reestruturada”, argumentou o fundo.

Apesar de o juiz responsável pelo caso, Thomas Griesa, ter insistido para que as partes voltem a se reunir, ainda não foram retomadas as negociações com o mediador judicial Daniel Pollack. No entanto, os chamados “fundos abutres”, possuidores de bônus de dívida em moratória desde 2001 e com uma sentença a seu favor segundo a qual a Argentina lhes deve US$ 1,5 bilhão, cogitaram vender seus bônus a terceiros.

Oficialmente, apenas a Adeba (Associação de Bancos Privados de Capital Argentino) fez uma oferta de compra desta dívida, mas há rumores de que vários bancos americanos (Citibank e JP Morgan entre eles) estariam interessados em assumir os títulos da dívida e negociar novas condições com o governo da Argentina.

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