Exposição apresenta modos de fazer e relações do brasileiro com bens imateriais
Apresentar a história por trás de um bem cultural, seus usos, o modo de fazer e a importância para um determinado grupo é o objetivo da exposição Patrimônio Imaterial Brasileiro – A Celebração Viva da Cultura dos Povos. A mostra está aberta ao público até 20 de julho, na Caixa Cultural, no centro do Rio […]
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Apresentar a história por trás de um bem cultural, seus usos, o modo de fazer e a importância para um determinado grupo é o objetivo da exposição Patrimônio Imaterial Brasileiro – A Celebração Viva da Cultura dos Povos. A mostra está aberta ao público até 20 de julho, na Caixa Cultural, no centro do Rio de Janeiro e exibe todos os 30 bens registrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), incluindo o mais novo: a cajuína, do Piauí.
O curador da mostra, Luciano Figueiredo, conta que correu para incluir a cajuína. Em um dos três blocos da mostra, as garrafinhas da bebida amarela de caju aparecem acompanhadas de explicações sobre o modo de preparo artesanal e a relevância cultural daquelas famílias que ofertam a bebida como símbolo de hospitalidade e em comemorações. O Iphan registrou a cajuína neste mês de maio, a pedido da Cooperativa de Produtores de Cajuína do Piauí.
Quem for a exposição da Caixa também poderá conhecer o Fandango Caiçara, uma expressão musical de comunidades litorâneas que vão de São Paulo ao Paraná. Lá, estão instrumentos como o banjo, o violão e a viola artesanais, além de um vídeo com depoimentos de praticantes, sobre a relação com a religiosidade, o trabalho, a dança e o entretenimento. O estudante Leonardo Cristiano de Oliveira, que adora música e esteve na mostra, se disse emocionado com o fandango. “Chama atenção pelo fato artesanal de preparo dos instrumentos. Vivemos em um mundo em que as coisas são feitas de forma rápida, por máquinas e essa aqui é diferente”, disse.
De acordo com o curador, o objetivo da mostra é popularizar o patrimônio imaterial, que não é tão conhecido como o patrimônio histórico. “Conhecemos bem igrejas barrocas, as praças, prédios modernista, uma fachada belle époque, mas não conhecemos o patrimônio imaterial, os bens que o povo acumula com a experiência, o brasileiro não conhece”, avaliou.
Fiqueiredo também aponta a importância da proteção dos bens imateriais, com medidas de salvaguarda pelo Estado, a partir do registro pelo Iphan. Ele lembra que uma bebida tradicional do Maranhão, o Guaraná Jesus, acabou comprado por uma grande empresa estrangeira e corre sérios riscos. “Esses são bens muito frágeis. Não são peças que guardamos no museu. São modos de fazer, experiências seculares, registrados para serem protegidos”, destacou.
Também podem ser conhecidos na exposição a preparação do acarajé, a cultura do Círio de Nazaré, o complexo do bumba-meu-boi do Maranhão e a cerâmica dos índios Karajá, por exemplo.
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