Exigência trabalhista é principal motivo para jovens tirarem título antes dos 18 anos em MS

Escolher o político que vai representá-lo no poder executivo ou no legislativo não é o principal motivo que faz os jovens optarem por fazerem o título de eleitor antes dos 18 anos. Diferentemente de exercer a cidadania, o que leva os jovens até os cartórios eleitorais, em geral, é trabalho. O atendente do posto do […]

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Escolher o político que vai representá-lo no poder executivo ou no legislativo não é o principal motivo que faz os jovens optarem por fazerem o título de eleitor antes dos 18 anos. Diferentemente de exercer a cidadania, o que leva os jovens até os cartórios eleitorais, em geral, é trabalho.

O atendente do posto do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), localizado no Prático Aero rancho, Ricardo Souza da Silva, revela que na maioria das vezes os menores de 18 anos, que não são obrigados a votar, fazem o título por motivos trabalhistas.

Ele explica que muitas empresas exigem o documento na hora de formalizar o contrato, e com isso as pessoas correm para retirar o título.

Este o caso de Letícia Leme Porto Silva, de 17 anos, estudante. Ela conta que vai começar a trabalhar e a empresa solicitou o documento, para não perder a chance do trabalho correu para fazer o papel.

“No local que vou começar a trabalhar me pediram. Por isso vim fazer hoje, mas independentemente, eu já iria fazer”, diz.

Quem também estava fazendo o documento hoje é a estudante Erika Rodrigues Viana, de 17 anos. Ela conta que completa 18 no meio do ano e já preferiu fazer para não ficar em cima da hora depois, já que pretende votar nestas eleições.

“Estou fazendo Ciências Sociais e uma das matérias é sobre política. Desde então passei a me interessar mais e vejo que é a partir do voto que conseguiremos fazer mudanças”, pontua.

Com 18 anos completos, Luiz Henrique Melo Neuland, estudante, vai votar este ano por primeira vez. Ela conta que já tirou o título e passou a pensar mais sobre política desde as manifestações de ruas que aconteceram em junho passado.

“Nunca fui muito ligado em política. Mas passei a refletir mais sobre o assunto. Vou votar pela primeira vez e já estou analisando os pré-candidatos junto com minha mãe”, diz.

Mulheres cidadãs

Um dado interessante que Ricardo Souza da Silva expôs é que as mulheres ganham em disparada quando se trata de cidadania. Ele conta que dentro da sua experiência de trabalho observa que as mulheres são as que mais procuram pelo título voluntariamente.

Segundo ele, os rapazes, também buscam, mas geralmente estão acompanhados dos pais ou das mães. Enquanto que as meninas os fazem sozinhas. “É interessante, e nem sei porque, mas vejo, que as meninas vem fazem o titulo e sabem tudo. Já os meninos chegam com as mães e mal sabem o numero Don próprio CPF”, conta.

O CPF (Cadastro de Pessoa Física), inclusive, é outro elemento que faz as pessoas procurarem fazer o titulo de eleitor. O atendente explica que para tirar segunda via do cadastro é preciso ter o numero do título, desta forma, muita gente que perdeu o primeiro documento acaba fazendo no segundo para recuperar o CPF.

Prazo

O prazo final para o envio de solicitações de primeiro título, transferências de domicílio eleitoral ou local de votação nos cartórios do Mato Grosso do Sul é quarta-feira (7). Conforme o Tribunal Regional Eleitoral, a data marca o fechamento do cadastro de eleitores em todo o país. Quem precisa solicitar uma segunda via do título eleitoral pode fazê-lo até o dia 25 de setembro.

A média de espera para ser atendido nos postos nos Práticos é baixa, cerca de 20 minutos. Ao todo são distribuídas 200 senhas diárias e os atendimentos vão das 8 horas as 14 horas.

Os cidadãos devem comparecer aos cartórios eleitorais ou aos postos de atendimento munidos de documento de identidade com foto e comprovante de residência recente (menos de três meses). Pessoas do sexo masculino com mais de 18 anos que farão o alistamento devem apresentar certificado de alistamento militar.

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