Com inflação alta e PIB baixo, país falha em modelo para controlar carestia

A dificuldade de o governo brasileiro manter a inflação sob controle e próxima ao centro da meta anual, de 4,5%, é um dos temas de destaque da corrida presidencial e deve pesar no resultado das urnas. Apesar de perseguir a maior taxa de carestia do mundo, o Brasil só se manteve abaixo desse alvo três […]

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A dificuldade de o governo brasileiro manter a inflação sob controle e próxima ao centro da meta anual, de 4,5%, é um dos temas de destaque da corrida presidencial e deve pesar no resultado das urnas. Apesar de perseguir a maior taxa de carestia do mundo, o Brasil só se manteve abaixo desse alvo três vezes nos últimos 16 anos. Mais recentemente, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem ficado mais perto do teto da meta, de 6,5%, do que do objetivo inicial. E até mesmo o generoso intervalo de tolerância, de 2 pontos percentuais, tem sido respeitado. Desde 1999, o limite foi rompido três vezes.

Os 4,5% estão no centro da meta brasileira desde 2005. Mas, numa lista de 25 países que adotam esse regime para domar a carestia, o alvo dominante se aproxima de 3% anuais. Para o Reino Unido e a República Tcheca é 2%. A margem permitida para mais ou para menos, quando existe, geralmente fica em um ponto percentual. “No Brasil, a banda é de 2 pontos, uma facilidade a mais para quem já tem o maior patamar mundial”, ressalta Virene Matesco, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O descumprimento da meta não é próprio de mercados emergentes. Na América Latina, por exemplo, Chile e México respeitaram os percentuais fixados na maioria dos anos. No Chile, desde 1999 o objetivo foi cumprido ou a inflação ficou abaixo do patamar 10 vezes. No México, em sete dos 12 anos em que vigora o regime de metas, a carestia ficou no patamar dos 3%, sem bater no limite de 4%.

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