Após novo contrato, ações da Petrobras caem 8% na semana

As ações da Petrobras caíram 8% nesta semana com a decisão do governo de cobrar R$ 2 bilhões da empresa neste ano para explorar o volume excedente de óleo no pré-sal. A contratação foi feita sem licitação. Com volume reduzido de negócios, a Bovespa caiu 2,71% na semana. A ação da Petrobras PN terminou esta […]

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As ações da Petrobras caíram 8% nesta semana com a decisão do governo de cobrar R$ 2 bilhões da empresa neste ano para explorar o volume excedente de óleo no pré-sal. A contratação foi feita sem licitação. Com volume reduzido de negócios, a Bovespa caiu 2,71% na semana.

A ação da Petrobras PN terminou esta sexta-feira (27) em baixa de 1,98%, cotada a R$ 17,29, enquanto o papel ON perdeu 3,33%, para R$ 16,23. Entre as casas que revisaram para baixo suas recomendações para as ações da estatal estão Morgan Stanley, UBS, Bradesco. O Ibovespa caiu 0,65% no dia, para 53.157 pontos.

Por conta do gasto extra no pré-sal, os investidores preveem dificuldades no caixa da estatal, que já está endividada, e especulam que ela terá de fazer nova capitalização (oferta de ações) em 2015. Para explorar as novas áreas, a Petrobras terá que desembolsar R$ 15 bilhões até 2018, sendo R$ 2 bilhões já em 2014. A União vai receber o dinheiro antes da produção do óleo, prevista para começar em 2020.

“Mais uma vez a Petrobras é usada politicamente, para ajudar o governo a cumprir sua meta de superávit”, disse a gestora da Coinvalores, Tatiane Pereira, ao Valor Online. O superávit primário é uma espécie de poupança do governo feita para pagar os juros da dívida. “Acontece que a empresa não vai conseguir fechar a conta de necessidade de investimentos frente ao seu fluxo de caixa”, avaliou a gestora.

Os números mais fracos da arrecadação federal e o déficit primário de R$ 10,5 bilhões (quando as despesas são maiores que a receita) do governo central em maio também desanimaram o mercado. O déficit é o pior resultado para o mês desde 1997.
O setor bancário foi outro a ter perdas na Bovespa depois da divulgação da nota de crédito do Banco Central, que voltou a mostrar ritmo fraco de expansão dos financiamentos.

Defesa do contrato

Em discurso na convenção do PCdoB, nesta sexta-feira (27), a presidente Dilma Roussef defendeu a contratação direta da Petrobras. Segundo ela, a exploração das novas áreas trará uma riqueza “quase sem precedentes” para o país. “Demos um passo adiante na soberania do negócio de petróleo que anunciamos esta semana. O que fizemos [cessão à Petrobras] é legal, está na Lei de Partilha”, disse. “Com esses campos, capazes de produzir de 10 a 14 bilhões de barris de petróleo, a Petrobras passa a ter acesso ao maior volume de petróleo tornado acessível no mundo a uma empresa.”

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