Abandono do cheque ajudou MS a figurar entre os menos inadimplentes do País

O fato de Mato Grosso do Sul ser um dos estados com menor percentual de cheques devolvidos no Ranking de 2013 da Serasa Experian tem suas explicações. De acordo com um analista, comerciantes e consumidores o principal motivo está no comportamento do cliente que hoje prefere as compras por cartão. Facilidade no controle das finanças, segurança e […]

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O fato de Mato Grosso do Sul ser um dos estados com menor percentual de cheques devolvidos no Ranking de 2013 da Serasa Experian tem suas explicações. De acordo com um analista, comerciantes e consumidores o principal motivo está no comportamento do cliente que hoje prefere as compras por cartão. Facilidade no controle das finanças, segurança e rapidez no pagamento tem colaborado para essa tendência.

“Nunca usei cheque. Para os meus gastos opto pelo pagamento à vista, sendo que em algumas contas faço débito automático. Uso apenas cartão de débito ou o dinheiro e isso me ajuda a controlar o meu dinheiro”, diz a gerente de uma loja, Cristiane Ajala, de 29 anos.

Nem sempre o consumidor teve aversão ao cheque como Cristiane. No comércio há 32 anos, Paulo Silva, que também é gestor de uma loja relata que até 1996 as ordens de pagamento escrita ocupavam uma fatia significativa das vendas. Na maior parte do ano com 50% do total, sendo que em períodos com volume maior de comercialização até 75%. A inadimplência e o crescimento no uso do cartão restringiram o cheque segundo ele.

“Cheque só aceito de empresa ou governo, prefeitura e federal que pra quitar uma compram usam esse recurso. Nesta situação temos segurança pois há uma reserva do dinheiro e o cheque não fica sem fundos. A minha experiência de mercado ensinou que o cliente comum usa o cheque apenas quando o seu cartão deu problemas e o limite do banco já foi. Aí depois deposita o valor da compra só que esquece da compensação do banco. Aconteceu muito isso. Hoje com o cartão não há problemas”, fala Paulo, responsável pelo atendimento em uma loja de produtos esportivos.

Nome Limpo

O menor número de cheques devolvidos tem a ver também com o nome limpo do consumidor sul-mato-grossense que tem crescido nos últimos anos graças a campanhas de acerto. Todos os anos a Associação Comercial de Campo Grande, por exemplo, realiza ações onde o cidadão ganha descontos expressivos para o pagamento de dívidas e com isso voltar a ter crédito.

“A vantagem de ter o nome limpo além do crédito é conseguir um limite maior no banco e obter maior praticidade nas compras. Os cartões de débito e crédito são mais seguros. Pelo celular eu acompanho toda movimentação do meu cartão e se houver algo irregular ligo para o banco e cancelo, como já fiz. Para o comerciante o cartão é bem mais seguro, já que o cheque não diz realmente se há uma compatibilidade de renda com o pagamento realizado”, esclarece o gerente regional da SCPC Boa Vista, Jean Jan Chudechi Júnior.

Veja outros consumidores que explicam as vantagens de NÃO SE USAR o cheque:

“É muito mais seguro. Andar com dinheiro hoje em dia não é um bom negócio”, Deuridice de Oliveira, 46 anos, funcionária de serviços gerais.

“Se faço o pagamento no cartão posso conferir depois e acompanhar como estou lidando com o dinheiro. É mais prático o cartão também. Abandonei o cheque há 15 anos”, Cinésio Paulino, 49 anos, servidor público.

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