‘Mulheres foram tratadas a vida inteira como objeto neste País’, diz Lula

Grande responsável pela eleição da presidente Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou em evento no Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira, que “as mulheres foram tratadas a vida inteira como objeto neste País”, ao comentar o fato de que Dilma seria “durona” em suas […]

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Grande responsável pela eleição da presidente Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou em evento no Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira, que “as mulheres foram tratadas a vida inteira como objeto neste País”, ao comentar o fato de que Dilma seria “durona” em suas decisões.

“Não sei quem inventou que ela é durona”, completou no Encontro Nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) na capital fluminense. “Vou dizer sem autorização: quando vocês menos esperar, a presidente Dilma vai visitar uma colônia (de doentes). A mulher que tem o coração que ela tem, vocês vão ter orgulho de ter escolhido uma mulher para presidente desse País. Ela que vai colocar na agenda dela”, disse.

O encontro teve a presença ainda da ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que anunciou na ocasião uma campanha de diagnóstico precoce da hanseníase (a antiga lepra), que vai percorrer 800 municípios do País, dentro da rede pública de ensino, para avaliar 9 milhões de estudantes das regiões de maior incidência da doença, entre os dias 18 e 22 de março.

“Todos nós aprendemos quando pequenos, que é o seguinte: o coração não sente aquilo que os olhos não veem. Um problema social só é de fato e direito quando a gente sente”, abordou ainda o ex-presidente para a plateia, enaltecendo as conquistas que Lula considerou como “forma de independência”. Lula foi homenageado por ter sancionado em 2007, em seu primeiro mandato, uma lei federal de indenização aos que foram segregados da sociedade nos antigos hospitais-colônia.

“Essa conquista de não achar que vocês sejam defeituosos por perderem um membro, de se olharem no espelho e não se acharem mais feios do que ninguém. Tem gente que olha no espelho e não vê um defeito, mas nem sempre é visível. O defeito maior, às vezes, é aquele que não aparece. É aquele que é demonstrado numa palavra chamada preconceito”, afirmou.

Lula comparou ainda a luta dos que sofrem com a hanseníase, que ainda acomete 33 mil brasileiros por ano, de acordo com o ministério da Saúde, com a classe trabalhadora que superou a miséria para integrar a classe média brasileira. “A coisa mais fácil do mundo é cuidar dos pobres. O que eles pedem é respeito, é reconhecimento, é ser tratado em igualdade de condições. O ser humano é quando você toca e olha no olho da pessoa para estabelecer uma coisa mais humanista e solidária”, finalizou Lula, que passa a noite no Rio de Janeiro para, nesta quinta-feira, cumprir compromissos pelo Instituto Lula em Fortaleza, no Ceará.

Lula e Cabral evitam comentar disputa no Rio

Na primeira aparição pública juntos, após o PMDB e o PT se desentenderem por conta da pré-candidatura do senador Lindbergh Faria (PT-RJ) ao governo do Estado em 2014, Lula e o governador Sérgio Cabral (PMDB), em clima amistoso, evitaram os jornalistas e não comentaram a polêmica durante o evento.

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