Mais três pacientes vítimas do incêndio em Santa Maria recebem alta

O número de vítimas internadas devido ao incêndio em Santa Maria continua diminuindo. De acordo com balanço divulgado na manhã desta quinta-feira pela Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), mais três pacientes receberam alta e o número de hospitalizados caiu para 72. Destes, 21 ainda estão em ventilação mecânica. Entre eles a estudante […]

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O número de vítimas internadas devido ao incêndio em Santa Maria continua diminuindo. De acordo com balanço divulgado na manhã desta quinta-feira pela Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), mais três pacientes receberam alta e o número de hospitalizados caiu para 72. Destes, 21 ainda estão em ventilação mecânica.

Entre eles a estudante de enfermagem Ingrid Goldani, 20 anos, que conseguiu escapar da fumaça tóxica ao abrir o freezer do bar da casa noturna. A jovem, que também trabalhava na Boate Kiss, passou quatro dias em terapia intensiva até receber alta.

Ao todo, 23 feridos estão internados em Santa Maria, 45 em Porto Alegre, três em Canoas e um em Caxias do Sul. Segundo a Força Nacional, já foram prestados mais de 570 atendimentos psicológico e psiquiátrico pela equipe multiprofissional desde o início da ação.

Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. “Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair”, contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente – dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

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