França e Rússia reagem à recusa saudita de integrar Conselho de Segurança da ONU
A recusa da Arábia Saudita em ocupar o seu lugar no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), anunciada nesta sexta-feira (18), provocou reações em diversos países. A decisão foi considerada “particularmente estranha” pela Rússia, e a França contemporizou, dizendo que também considera frustrante a forma como tem sido tratada a crise da Síria. Fato […]
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A recusa da Arábia Saudita em ocupar o seu lugar no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), anunciada nesta sexta-feira (18), provocou reações em diversos países. A decisão foi considerada “particularmente estranha” pela Rússia, e a França contemporizou, dizendo que também considera frustrante a forma como tem sido tratada a crise da Síria.
Fato inédito na história da organização internacional, a recusa dos sauditas surpreendeu diplomatas. O principal argumento do país é o de que a recusa é protesto contra a paralisia do Conselho, que considera impotente, especialmente em relação à crise na Síria. A recente aproximação entre o Irã e os Estados Unidos também teria pesado para a decisão da Arábia Saudita, cujo maior rival regional é o governo iraniano.
“Estamos espantados pela decisão sem precedentes da Arábia Saudita. Os argumentos suscitam perplexidade. As alegações emitidas no Conselho de Segurança da ONU no contexto da crise síria parecem particularmente estranhas. Pela sua decisão, a Arábia Saudita excluiu-se dos esforços comuns para manter a paz e a segurança no mundo”, avaliou o Ministério de Negócios Estrangeiros da Rússia, em comunicado.
Em uma reação quase oposta, a França disse partilhar a “frustração” da Arábia Saudita em relação à paralisia do Conselho ante a crise síria. “Partilhamos a sua frustração após a paralisia do Conselho de Segurança, mas temos como alternativa uma proposta de reforma do direito de veto”, explicou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França, Romain Nadal. A França propôs, em setembro, que o direito de veto não fosse usado como recurso pelos cinco membros Conselho em caso de “crime em massa”.
Em comunicado, o ministério saudita dos Negócios Estrangeiros, que tem apoiado sem reservas a oposição síria, criticou a política de “dois pesos e duas medidas” do Conselho de Segurança em relação ao Oriente Médio.
O Conselho de Segurança, que tem 15 membros, renova anualmente cinco dos seus dez lugares não permanentes, de acordo com critérios regionais. Os cinco eleitos ontem (17) – Arábia Saudita, Chade, Chile, Lituânia e Nigéria – substituem, a partir de 1º de janeiro de 2014, para um mandato de dois anos, as representações de Marrocos, Togo, Paquistão, Guatemala e Azerbaijão.
Os outros cinco restantes membros não permanentes são Ruanda, Argentina, Luxemburgo, Coreia do Sul e Austrália, cujos mandatos terminam no final de 2014. Os membros permanentes do Conselho, com direito a veto, são Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Rússia.
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