Um mês após denúncia do Midiamax, Samu continua sem atender por retenção de macas

Profissionais da área médica alegam que o problema persiste e que oito das 12 ambulâncias da Capital estiveram paradas entre o plantão noturno de ontem e hoje (13), por conta da retenção das macas nos hospitais.

Exatamente há um mês, o Midiamax denunciou a retenção de macas nos hospitais de Campo Grande, algo que prejudica a qualidade do Serviço de Atendimento Médico de Urgência – Samu. Ao que parece, o problema persiste, já que profissionais da área médica disseram que oito das doze ambulâncias da Capital estiveram paradas entre o plantão noturno de ontem e hoje (13).

”Tivemos 221 ocorrências, entre a noite de ontem até às 9h30 desta quinta-feira (13). Neste período, seis macas ficaram presas no Hospital Regional e duas no Hospital Universitário, sendo que uma delas é da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Móvel. E a ordem foi retirar os carros dos hospitais para evitar ‘barulho político’ e imprensa”, relata um profissional da Samu, que prefere não se identificar.

Ao todo, quatro ambulâncias ficaram disponíveis para atender toda a Capital, de acordo com o denunciante. O Midiamax então visitou os hospitais nesta manhã e constatou o problema. No Hospital Universitário, por exemplo, os profissionais estavam sentados na ambulância, próximo ao Pronto Socorro, no aguardo das macas para voltar às ruas.

“Desde a manhã de ontem não tem maca. Eles nos remanejam para a base da Samu ou qualquer local que esteja faltando funcionário”, confirmou o plantonista da Samu.

Questionada a respeito do problema, a assessoria de comunicação do Hospital Universitário disse que ‘reter as macas é a única solução para o hospital, que está sempre lotado’. “Realmente o problema acontece e não é má vontade de nenhum dos lados, é uma questão de saúde pública. Hoje, cinco macas estavam retidas porque não tem como devolver o paciente”, disse a assessoria.

No Hospital Regional, diferente da outra reportagem, a retenção das macas não foi flagrada. Mas, no estacionamento da Sesau/MS (Secretaria Municipal da Saúde), lá estavam elas. “Na tarde de amanhã o prefeito fará a entrega de cinco novas ambulâncias, mas enquanto o Ministério da Saúde não publicar a doação no Diário Oficial da União, elas não podem nem sair do lugar. Será um entrega simbólica”, fala um médico da Samu.

Indignado com a situação, ele conta que o problema chega a causar desavenças entre os colegas da área. “Ontem foi muito corrido, tanto que constatamos duas mortes em acidentes de trânsito. A população sofre com o descaso e nós também ficamos estressados, às vezes agredindo verbalmente uns aos outros, quando na verdade não temos nada a ver com a má estrutura”, conclui o profissional.