Mandetta diz que Governo teve medida cínica, hipócrita e covarde com a Saúde

O presidente da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), deputado Luiz Henrique Mandetta (Democratas-MS) defendeu ontem que o texto da MP 568/12 seja totalmente descartado para que se comece do zero. “Quando estamos esperando avanços, o governo vem com essa medida cínica, hipócrita, covarde, sem diálogo com ninguém e reduz salários. Isso foi a […]

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O presidente da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), deputado Luiz Henrique Mandetta (Democratas-MS) defendeu ontem que o texto da MP 568/12 seja totalmente descartado para que se comece do zero. “Quando estamos esperando avanços, o governo vem com essa medida cínica, hipócrita, covarde, sem diálogo com ninguém e reduz salários. Isso foi a gota d’água. Ninguém aguenta mais a má qualidade dos serviços de saúde do País”, criticou. Ele encerrou a audiência pública conjunta que reuniu centenas de servidores no auditório Nereu Ramos afirmando que a Medida Provisória serviu para despertar a mobilização em torno das questões da saúde. “É aqui nesta Casa que vamos encontrar os problemas e procurar soluções, tem que politizar, tem que eleger, acho que para isso essa MP se prestou para despertar nas pessoas que, aqui, tem sim gente de bem, tem gente interessada em resolver os problemas”, acentuou.

O parlamentar considerou a presença maciça de representantes de servidores da Saúde, como resposta a altura para a atitude de força do governo em editar uma medida debochada e desrespeitosa com os trabalhadores na área de saude. “Se a presidenta assinou sem assessoria, é porque está mal assessorada. Se ela assinou sabendo, é porque ela é má mesmo”, disse Mandetta, bastante aplaudido. Ele relatou a busca sem sucesso pelo diálogo, por parte da CSSF, junto às ministras Ideli Salvati, de Relações Constitucionais, e Miriam Belchior, do Planejamento. “Embora várias siglas partidárias estejam lá representadas, foi feita uma deliberação, por unanimidade na CSSF, de posição contrária ao texto, onde nós entendíamos que não dava para salvar nada. Apesar mais de 20 telefonemas e e-mails, tanto a ministra do Planejamento, quanto a ministra Ideli Salvati não retornaram as nossas ligações, colocando assim que não haveria diálogo”, revelou.

Mandetta reiterou críticas à edição da MP, feita sem diálogo com as categorias envolvidas. “Quem tem a força da caneta na mão tem que ter a responsabilidade da consequência do uso. Quando se trata de remuneração de trabalhadores, de pessoas que vivem de dedicação ao serviço público, não pode o governo baixar uma medida provisória sem dialogar. Covardemente, baixam uma medida que dá alguns ganhos para certas categorias e decepa, corta na categoria dos médicos e dos médicos veterinários, reduzindo em 50% o salário de ambos”, ressaltou.

Para ele, o governo está promovendo desserviços à Saúde há muito tempo. “Não se esqueçam do corte no orçamento que foi feito este ano, não se esqueçam da votação da emenda 29 que retirou os 10% da Saúde, não se esqueçam dos ACS que estão nos corredores, acampados no chão desta casa há muito tempo. Não se esqueçam das 30 horas da enfermagem, não se esqueçam dos Hospitais Universitários, das Santas Casas, das dívidas das filantrópicas”, enumerou.

O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Cid Carvalhaes, considerou que a medida enfraquece o Sistema Único de Saúde (SUS) e desrespeita a saúde dos brasileiros. Ele afirmou que não há nenhum estímulo para os médicos permanecerem no serviço público, que “é um sacrifício muito grande”. Ele avisou que a medida pode fazer com que os profissionais peçam demissão do serviço público, provocando uma desassistência extremamente grave já dentro de uma “situação caótica” que a saúde brasileira vive.

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