Família pede ao Estado R$ 5 mi por morte com moto aquática
A família da menina Grazielly Almeida Lames, 3 anos, que morreu atropelada por uma moto aquática na praia de Bertioga, litoral norte paulista, vai pedir R$ 5 milhões de indenização ao Estado. De acordo com o advogado José Beraldo, houve falhas no socorro à menina. “Nosso fundamento é de que houve demora no socorro. Também […]
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A família da menina Grazielly Almeida Lames, 3 anos, que morreu atropelada por uma moto aquática na praia de Bertioga, litoral norte paulista, vai pedir R$ 5 milhões de indenização ao Estado. De acordo com o advogado José Beraldo, houve falhas no socorro à menina. “Nosso fundamento é de que houve demora no socorro.
Também não foi permitido que a mãe subisse no helicóptero com a filha, o que causou muito sofrimento às duas. Além disso, levaram a menina a um hospital sucateado (o Hospital Municipal de Bertioga), sem recursos. Quando a mãe chegou, meia hora depois, ela estava sendo reanimada em uma sala comum, dividida com outro paciente. Já que estavam de helicóptero, podiam ter levado a um hospital melhor, ao menos no Guarujá”, afirmou o advogado.
Segundo José Beraldo, a família também pedirá mais R$ 5 milhões de indenização aos pais do adolescente responsável pelo atropelamento e outros R$ 5 milhões ao padrinho do jovem, proprietário da moto aquática.
“Nós queremos que essa indenização sirva de exemplo no poder Judiciário como uma resposta aos pais e responsáveis que têm uma conduta como essa, de entregar um aparelho que é considerado a Ferrari dos mares a um garoto e não prestar nenhum tipo de socorro. Pelo contrário, enquanto a mãe sofria, a madrinha e a mãe do adolescente estavam preocupadas em dar fuga a ele nos dois carrões importados. E hoje vêm com a desculpa de que foram ameaçados. Isso é mentira, não foram”, afirmou.
O advogado disse que considerou diversos fatores para definir o valor da indenização. “A Grazielly podia ser uma pessoa notável, famosa, uma cientista, ela tinha a vida inteira pela frente e poderia sustentar os pais, que são pessoas humildes. Também consideramos o patrimônio do pai do garoto, que é um grande empresário, e do padrinho, que é milionário, dono de prédios, imóveis”, disse José Beraldo. “Isso não é uma loteria, é uma resposta que o poder Judiciário deve dar como uma forma de penalização. É perfeitamente viável que os nossos tribunais deem o exemplo”, completou.
De acordo com José Beraldo, a família ainda não recebeu uma proposta de acordo. “Ninguém veio falar em acordo. A proposta sempre pode ser feita, a qualquer momento, mas nós queremos que seja levada diante dos tribunais e dos juízes, porque queremos mostrar a transparência do nosso interesse, que não é financeiro, é de acomodar essa família que precisa recomeçar uma nova vida”. O Terra tentou contato com a defesa da família do adolescente, mas o advogado Maurimar Bosco Chiasso não foi localizado.
José Beraldo informou também que sua equipe está estudando se entrará com uma ação contra a montadora da moto aquática. “Estamos aguardando o laudo de um perito particular. Se for constatado que o equipamento estava adulterado, entraremos com uma ação contra a própria fábrica também”.
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