Em programa na TV sobre caso Bruno, mãe diz que pai oferecia Eliza a amigos
O programa “Até que a Morte nos Separe”, com episódio intitulado “Penalidade Máxima”, exibido no final da noite desta terça-feira (19) no canal pago “A & E”, retratou o sumiço da ex-modelo Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno, com mescla de depoimentos de personagens envolvidos nas investigações e de quem acompanhou a trama, mas trouxe […]
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O programa “Até que a Morte nos Separe”, com episódio intitulado “Penalidade Máxima”, exibido no final da noite desta terça-feira (19) no canal pago “A & E”, retratou o sumiço da ex-modelo Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno, com mescla de depoimentos de personagens envolvidos nas investigações e de quem acompanhou a trama, mas trouxe poucas novidades para quem aguardava a veiculação do episódio.
Bruno e mais sete réus vão a júri popular, ainda sem data definida, pelo desaparecimento da moça. Um dos pontos altos do programa foi quando Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza, e o advogado José Arteiro Cavalcante, assistente de acusação durante a fase de instrução do processo, fizeram sérias acusações contra o pai da ex-modelo. Segundo o advogado, Luís Carlos Samudio assediava sexualmente Eliza em casa, quando moravam juntos. Já Sônia disse ter ouvido de pessoas que conviviam com o casal que o pai a oferecia a amigos para programas sexuais.
A mulher afirmou ainda que o marido tentou fazê-la abortar, quando estava gestando Eliza, e disse que a filha passou pelo mesmo sofrimento que ela, referindo-se ao fato de Bruno ter supostamente ordenado a Eliza que abortasse.
Atualmente, Luís Carlos Samudio é considerado foragido pela Justiça brasileira. Segundo seu advogado, ele está fora do país e aguarda recurso sobre processo no qual é acusado de atentado violento ao pudor contra outra filha, menor de idade à época do suposto crime, mas hoje com 20 anos.
Investigação
Os delegados da Polícia Civil mineira Alessandra Wilke e Edson Moreira, os primeiros a aparecerem no episódio, referiram-se ao início das investigações do caso, em 2010, mas não apresentaram novidade, limitando-se a reproduzirem o que foi fartamente veiculado pela imprensa durante as investigações.
Os dois iniciaram o programa se reportando à época em que Eliza disse ter sido agredida pelo goleiro, no Rio de Janeiro, e sido supostamente obrigada a abortar de uma gestação cuja paternidade era atribuída ao jogador. Depois, repassaram detalhes das investigações. Um vídeo no qual Eliza conta as supostas agressões e ameaças que teria recebido de Bruno ainda no Rio de Janeiro foi exibido.
A participação do jornalista esportivo Juca Kfouri se deu por meio de depoimentos dele sobre a carreira do jogador e sobre um suposto “deslumbramento” do goleiro com a fama e a maneira irregular como o goleiro lidou com ela. Ele e o advogado Cláudio Daledone, ex-defensor do goleiro, resgataram a origem pobre do goleiro, que nasceu em um bairro da cidade de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte.
“(Bruno) sabia que, para quem nasceu do jeito que ele nasceu, ele tinha três possibilidades de ganhar dinheiro: sendo jogador de futebol, sendo cantor, músico ou sambista, ou sendo traficante”, disse Kfouri, para completar que o goleiro “jogou tudo para o alto”.
Por seu turno, Dalledone se dirigiu a Bruno como sendo uma boa pessoa e o “último a saber das coisas”. Já para Eliza, o advogado se referiu a ela como protagonista de filmes pornográficos.
Primeiro encontro
O programa passou vídeo no qual Eliza Samudio disse ter conhecido o jogador em um churrasco no Rio de Janeiro, sem citar a data, e fora apresentada por uma amiga, que lhe disse ter o jogador ficado “a fim dela”. Eliza afirmou que respondeu: “Deixa acontecer”.
Tatuagem
A delegada Alessandra Wilke e o advogado Cláudio Dalledone questionaram a tatuagem que Luiz Henrique Romão, ex-braço direito de Bruno, tem nas costas com os dizeres: “Bruno e Maka, A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir, amor verdadeiro”.
A delegada disse ter perguntado à esposa do Macarrão, durante as investigações, se ele tinha uma tatuagem dela, ouvindo uma resposta negativa da mulher. Dalledone classificou o episódio da tatuagem como “bisonho” e disse que Macarrão tinha obsessão por Bruno.
O programa exibiu ainda vídeos de Bruno no qual ele aparece dando explicações sobre o paradeiro de Eliza e seu último contato com ela, quando ainda jogava no Flamengo, e depois já preso, em uma sessão feita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em junho de 2011, onde o jogador foi para falar sobre o caso.
Tentativa de extorsão
O programa reeditou denúncia do goleiro sobre o delegado Edson Moreira. Segundo o jogador, o policial teria pedido a ele R$ 2 milhões para livrá-lo das acusações. Moreira rebate dizendo que já tinha sido investigado e que nada fora provado. “Ele é um monstro, bandido, um criminoso. E jogou tudo fora por banalizar a vida alheia” disse o delegado.
Justiça permite exibição do programa
O advogado Eduardo Salles Pimenta, um dos defensores do goleiro, havia entrado na segunda-feira (18) com uma ação indenizatória com pedido de tutela antecipada no Fórum Central João Mendes Júnior, em São Paulo, para tentar, entre outros pleitos, impedir a exibição do capítulo, intitulado “Penalidade Máxima”.
O advogado alegava, apesar de reconhecer que não teve acesso ao conteúdo do programa, que a série “romanceia” os casos retratados e teme que isso prejudique o cliente. A série do canal pago já retratou outros casos criminais brasileiros, como os da morte de Eloá Pimentel e da jornalista Sandra Gomide.
A defesa do goleiro pedia, em caráter liminar, a aplicação de uma multa de R$ 100 mil acrescida de R$ 1 por assinante aos responsáveis pelo canal, caso o programa fosse veiculado.
O advogado havia afirmado que os produtores do programa não procuraram previamente a defesa do goleiro para que o uso da imagem dele fosse permitido. Pimenta alegou ainda que houve exploração comercial sobre o assunto em detrimento de cunho jornalístico. Ele ainda requereu uma indenização por danos morais e patrimoniais para o cliente, independentemente da exibição ou não do programa. A juíza deu prazo de dez dias para que a defesa do jogador apresente o valor a ser pleiteado pelos supostos danos.
“O canal e o site são de entretenimento, o que os difere dos canais e sites jornalísticos. Então, além de não pedirem permissão para o uso da imagem do meu cliente, eles estão a usando com fins comerciais. No site, há uma foto do Bruno e, bem ao lado, há uma imagem da (cantora) Beyoncé promovendo o perfume dela” havia afirmado o advogado. Pimenta pleiteava que os responsáveis pelo canal e pelo site retirassem a imagem de Bruno do site.
O advogado já tinha entrado com uma medida cautelar, em abril deste ano, no mesmo fórum, mas o juiz da 38ª Vara Cível havia indeferido o pedido.
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