Diretor do HU culpa Câmara Inter-hospitalar por caos na radioterapia
Para a imediata instalação da radioterapia, José Carlos Dorsa explicou que é necessária a contratação de dois médicos da área de radioterapia.
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Para a imediata instalação da radioterapia, José Carlos Dorsa explicou que é necessária a contratação de dois médicos da área de radioterapia.
O diretor-geral do HU/UFMS, José Carlos Dorsa, informou por meio de comunicado oficial que a culpa da suspensão do tratamento de radioterapia no HU é da Câmara Técnica Inter-hospitalar do Estado. O hospital possui um aparelho que está funcionando, mas que não é utilizado há pelo menos quatro anos. Enquanto isso, os pacientes do Hospital Câncer Alfredo Abraão estão há quase um mês sem atendimento.
Segundo a Secretaria de Saúde, a Câmara Técnica é composta por diretores clínicos e diretores gerais dos três hospitais – Hospital Universitário, Santa Casa e Hospital Regional – e pelos gestores do município de Campo Grande e do Estado. Procurado, o secretário municipal de saúde, Leandro Mazina, disse que a secretária estadual, Beatriz Dobashi é quem responde sobre o assunto. A reportagem tentou entrar em contato com Dobashi, mas não obteve sucesso.
Em nota, Dorsa informa que a redistribuição da rede de assistência à saúde que foi definida pela Câmara Técnica Inter-hospitalar, estabeleceu que o HU receberia todo o serviço de ortopedia do Hospital Regional e este passaria a ser referência em serviço de oncologia. O diretor destaca que esta decisão está registrada em ata no Ministério Público Federal.
A medida, ao invés de resolver o problema, acabou por agravar a situação, uma vez que o HR oferece apenas atendimento oncológico infantil e encaminha os pacientes para o hospital privado. A fragilização do sistema de tratamento de câncer se torna como avaliou o MPF, “mais uma consequência da concentração dos serviços de radioterapia num único grupo”.
“Dessa forma, o NHU/UFMS não possui ambulatório de oncologia, não realiza procedimentos cirúrgicos oncológicos e não presta serviços quimioterápicos. Os pacientes que necessitam de tal atendimento são encaminhados ao hospital específico pela Central de Regulação”, afirma Dorsa em comunicado.
Além disso, a informação é de que o serviço do HU contempla apenas o tratamento de tumores que tenham indicação específica da cobaltoterapia e tem espaço físico estruturado no hospital. O tratamento com cobaltoterapia, apesar de não ter tão moderno quanto os aceleradores nucleares, é capaz de cumprir seu papel terapêutico
A nota diz ainda que “Já a implantação de outros serviços, exige espaço físico e recursos humanos, que o hospital não dispõe”. Esses recursos e a capacitação dos funcionários, mais o acelerador nuclear, são os itens que estão sendo dispensados pelo HU.
“Por essas razões, além de não ser referência em serviço de oncologia, o HU declinou da proposta de recebimento do acelerador oferecido pelo Ministério da Saúde”, afirma Dorsa em comunicado.
Para funcionar setor de oncologia precisa apenas de dois médicos
Para a imediata instalação da radioterapia, Dorsa explicou que é necessária a contratação de dois médicos da área de radioterapia. O diretor informou ainda que a Fundação Universidade Federal de MS chegou a realizar convênio com a Secretaria Estadual de Saúde para compra de equipamentos, mas que em razão do déficit de médicos no quadro de servidores, o serviço não foi reativado.
Dorsa declarou que o HU não tem medido esforços para reativar o setor de radioterapia e que há inclusive um processo para contratação, em caráter emergencial de dois radioterapeutas, com a intenção de voltar a oferecer o tratamento.
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