Cemitério tenta serrar caixão para caber em cova e revolta familiares
A direção do cemitério informou que o procedimento foi tomado devido a um erro da funerária que fez o caixão maior que o padrão
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A direção do cemitério informou que o procedimento foi tomado devido a um erro da funerária que fez o caixão maior que o padrão
Familiares de Evanderson Menezes Marques, de 21 anos, lamentam do descaso da administração do cemitério Santo Amaro, em Campo Grande, com o enterro do rapaz neste domingo (23). Conforme a família do rapaz, o caixão era maior do que a cova aberta e funcionários do cemitério tentaram serrar o caixão para que coubesse no túmulo.
Segundo Everton Menezes Marques (35), irmão de Evanderson, após a revolta da família com a situação, a administração do cemitério acabou cedendo outra cova. “Foi uma falta de consideração com a dor da família. Eles acabaram arranjando outra cova com duas gavetas, mas queriam que pagássemos a diferença.”, explica.
Evelin Paula Menezes Marques (28), irmã do rapaz, explica que o enterro só foi realizado duas horas após a chegada do caixão no cemitério. “Um descaso total. Os funcionários foram muito mal preparados para este tipo de situação. Várias pessoas que estavam no local também se revoltaram, só por isso conseguimos um outro túmulo.”, comenta.
Cemitério
A administração do cemitério informou que as sepulturas são padronizadas e que o erro foi da empresa que fez o caixão.
“A funerária mandou o caixão maior que a cova. O tamanho padrão da gaveta é de 2,20m e os caixões medem em média 1,90m, com no máximo 2,10m. Expliquei à família que o erro foi da Pax MS, mas eles estavam transtornados e se quer consideraram isso. Agora eu que vou ter que assumir o prejuízo pelo erro deles.”, explica o auxiliar do cemitério, Marcos da Silva Vargas.
Causa da morte
De acordo com a família, Evanderson morreu em um acidente de trabalho, na usina Agrisul, em Sidrolândia. Ele faleceu por volta das 9h30, enquanto tentava desatolar um caminhão da empresa.
Conforme o boletim de ocorrência, o rapaz teria sido imprensado pelo veículo em um escavadeira. O enfermeiro da empresa teria sido convocado para realizar os primeiro socorros, porém Evanderson já estaria morto.
A família reclama que a empresa não oferecia equipamentos de segurança e treinamento para prevenção de acidentes. “Ele nunca teve um treinamento de segurança no trabalho. A empresa enviou apenas uma assistente social para conversar com a gente e mais nada.”, relatam os pais de Evanderson que preferiram não se identificar.
Eles contam ainda que o filho auxiliava a família com sua renda e estava muito feliz no trabalho. “Era seu primeiro emprego. Ele já tinha feito um curso e disse que iria para Maracaju, onde ia ganhar melhor até.”, conta a mãe de 55 anos.
O falecimento do rapaz foi registrado como morte a esclarecer.
Pax MS
A empresa Pax MS se manifestou na tarde desta segunda-feira (24) sobre o tamanho do caixão adquirido para o enterro de Evanderson Menezes Marques.
A empresa esclarece que ficou responsável apenas por parte do velório e que não teve qualquer tipo de responsabilidade quanto ao tamanho do caixão, que teria sido disponibilizado pela Pax Bom Jesus, de Sidrolândia.
A Pax MS esclarece também que apenas realizou o traslado da família entre o local aonde o corpo foi velado – em Campo Grande, e o cemitério.
(Matéria editada às 15h38 para acréscimo de informações )
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