Especial: Pedrossian fala dos 34 anos de Mato Grosso do Sul
Nesta terça-feira (11) comemoram-se os 34 anos da divisão do Estado, e o ex-governador Pedro Pedrossian conta um pouco dessa história.
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Nesta terça-feira (11) comemoram-se os 34 anos da divisão do Estado, e o ex-governador Pedro Pedrossian conta um pouco dessa história.
No dia 11 de outubro de 1977 o então presidente Ernesto Geisel assinou a Lei Complementar nº 31 dividindo Mato Grosso e criando o Estado de Mato Grosso do Sul. A data virou marco de independência da região Sul em relação à capital Cuiabá. Nesta terça-feira (11) comemoram-se os 34 anos da divisão do Estado, e o ex-governador Pedro Pedrossian conta um pouco dessa história.
“Isso não é uma entrevista, é um registro histórico”. Com esta frase, Pedrossian começa a contar como foi sua trajetória política. Ele fez da Ferrovia o seu caminho para a política,pois, ao se tornar Diretor da Noroeste do Brasil, acabou se projetando no meio político.
Muitas pessoas pensaram que Pedrossian jamais se tornaria Diretor da Ferrovia e, ou que, muito menos, se transformaria depois em Governador. Esse fato tinha o peso de ele não vir de família tradicionalmente política e, ainda, disputar contra o ex-senador Lúdio Coelho, que muitos consideravam praticamente invencível naquela época.
Mesmo assim, Pedrossian se tornou governador de Mato Grosso, em 1966 a 1971, antes da divisão do estado. “Sempre determinei as coisas. Se eu tinha um objetivo eu chegava lá pelo espírito de luta”, conta.
Eleito senador no ano de 1978, renunciou ao mandato em 1980, para assumir o cargo de governador nomeado do recém criado Estado de Mato Grosso do Sul, pelo então presidente da república, Enersto Geisel. “Vibrei ao ser escolhido para governar um Estado novo, que seria considerado modelo para a nação”, disse ele.
No decorrer desse processo de divisão, Pedrossian conta que houve muita ambição por parte dos seus adversários políticos, e diz que inúmeras denúncias e polêmicas foram criadas a seu respeito, tentando fazer com que ele fosse desmoralizado publicamente.
Com isso, de acordo com Pedrossian, o Governo Federal cortou a verba que seria implantada na criação do novo Estado. O dinheiro seria destinado para a infra-estrutura, a instalação de rede de energia e rodovias. Mas ele conta que mesmo assim, conseguiu lançar grandes obras importantes durante o seu mandato, pois mesmo sem recursos, foi capaz de negociar com os empresários.
Em 15 de março de 1991, assumiu novamente o cargo de governador Sul-mato-grossense, agora eleito pelo voto direto. Permaneceu no posto até 1º de janeiro de 1995, quando passou a faixa ao seu adversário político, Wilson Barbosa Martins. “Perdemos a grande chance de sermos o Estado modelo. O Governo Federal não cumpriu a sua parte e ainda, nos prejudicou historicamente, nos deixando endividados”, desabafa Pedrossian.
Posteriormente, foi candidato a governador em 1998 e a senador em 2002, sem sucesso, quando encerrou sua carreira política. “Eu cresci como um foguete na política, e da mesma forma uma hora eu iria descer”, explica Pedrossian ao dizer que acabou sendo injustiçado por seus adversários.
Balanço
Para Pedrossian o marco na sua carreira política foi o trabalho com a educação, já que na época da divisão do estado 80% dos professores não tinham nível superior e ele investiu bastante nesta área.
No decorrer da sua administração foram criadas a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), sediada em Cuiabá, a UFMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), de Campo Grande, e a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), em Dourados.
Ele se orgulha por ter “contribuído para o futuro do país”, com a profissionalização das pessoas. Diz que tanto é, que deseja que em sua lápide esteja escrita a seguinte frase: “Aqui jaz um homem que criou três Universidades”.
“Eu coloquei a alma em tudo o que eu fiz”, afirma Pedrossian, ao revelar que muitas vezes foi criticado por suas obras e as pessoas não compreendiam os seus projetos. Mas que hoje em dia, é reverenciado pelo mesmo motivo, portanto, ele acredita que foi um homem visionário.
Opinião
Em relação à mudança do nome de Mato Grosso do Sul cogitada por muitos políticos para fomentar a economia, Pedrossian conta que, na época da divisão, se cogitou a hipótese de chamar Estado de Campo Grande. Ele disse que foi contra, porque isso geraria um desconforto com as outras regiões.
Portanto, sua opinião atual é que se faça um plebiscito. “É muito mais democrático votar, possivelmente o meu voto continuaria sendo o mesmo – Mato Grosso do Sul -, pela história desse nome”, explica.
Pedrossian revela estar preocupado com o atual cenário nacional. “Desenvolvemos com certeza a tecnologia e a ciência. Mas a ética e a moral decaíram, os escândalos são terríveis,” afirma. Além disso, considera que, apesar de o Estado ter perdido a chance de ser modelo, ele tem suas qualidades e perspectivas.
O ex-governador diz ainda que hoje está focado na família e que deseja viver cada vez mais, se continuar com saúde e lúcido. “Meu papel político eu já cumpri perante a sociedade, agora curto meus netos e bisnetos”, finaliza.
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