Serra prepara saída e blindagem do governo

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), traçou com o vice, Alberto Goldman (PSDB), seu sucessor a partir de abril, o desenho da administração no Estado nos próximos nove meses. O objetivo é promover uma transição imune a turbulências e que garanta a continuidade das obras alçadas à vitrine do presidenciável durante sua campanha. […]

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O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), traçou com o vice, Alberto Goldman (PSDB), seu sucessor a partir de abril, o desenho da administração no Estado nos próximos nove meses. O objetivo é promover uma transição imune a turbulências e que garanta a continuidade das obras alçadas à vitrine do presidenciável durante sua campanha.

Serra se empenha nos bastidores para evitar a reedição do “efeito Lembo”, episódio que melindrou a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência em 2006: o então vice-governador Cláudio Lembo (DEM) assumiu o governo estadual com discurso hostil aos tucanos, congelou repasses para obras e chegou a dizer que esperava herdar uma Ferrari e encontrara um “Fusca velho”.

O primeiro entrave da gestão Goldman no Palácio dos Bandeirantes será a minirreforma que o novo governador terá que comandar logo após a posse. A eleição deve tirar 9 dos 26 secretários do Estado até o dia 3 (veja quadro ao lado). Outros três assessores do primeiro escalão também estão na iminência de deixar suas funções.

A recomposição terá soluções caseiras: adjuntos e diretores ascenderão e haverá remanejamentos.
A aliados Serra confidencia que o plano lhe dará serenidade durante a campanha. Na opinião de um tucano da cúpula paulista, agora será a vez do “Serra-Goldman”, numa referência ao “Serra-Kassab”, citado pelo então vice Gilberto Kassab ao assumir a prefeitura.

Pelo acordo, a governança será fragmentada em núcleos com missões delimitadas.
O braço operacional será chefiado por Mauro Ricardo da Costa e Francisco Vidal Luna, secretários da Fazenda e de Economia e Planejamento. Costa segue responsável pelo caixa do Estado. Luna terá realçada a incumbência da execução orçamentária -SP projeta investir R$ 21 bilhões no ano.

O segundo apêndice terá Antonio Ferreira Pinto (Segurança Pública) e Lourival Gomes (Administração Penitenciária). A eles caberá a tarefa de exibir absoluta sincronia no combate ao crime organizado -com meta de “risco zero” a rebeliões e ações de facções criminosas.

Para turbinar obras “estruturantes” foram escalados José Luiz Portella (Transportes Metropolitanos), Dilma Pena (Energia e Saneamento) e Lair Krähenbühl (Habitação).

Por gozar de prestígio e trânsito no Ministério Público, Luiz Antonio Marrey (Justiça e Cidadania) tentará blindar o governo de prováveis de ações da oposição e assegurar “segurança jurídica” aos atos de Serra.

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