Passagem de barcaças sob ponte do rio Paraguai é restrita

A Marinha do Brasil liberou uma autorização provisória para a passagem de barcaças sob a ponte rodoviária da BR-262, na região do Porto Morrinho, distante cerca de 70 quilômetros da área urbana de Corumbá. A chamada precaução de segurança foi comunicada no boletim diário de aviso aos navegantes, emitido nesta quarta-feira, 07 de abril, pelo […]

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A Marinha do Brasil liberou uma autorização provisória para a passagem de barcaças sob a ponte rodoviária da BR-262, na região do Porto Morrinho, distante cerca de 70 quilômetros da área urbana de Corumbá. A chamada precaução de segurança foi comunicada no boletim diário de aviso aos navegantes, emitido nesta quarta-feira, 07 de abril, pelo Serviço de Sinalização Náutica do Oeste (Sinoeste), do 6º Distrito Naval de Ladário. A determinação prevê o desmembramento dos comboios de forma que a transposição da ponte seja feita “com no máximo quatro barcaças” de cada vez. A norma vai vigorar até que seja reconstruído o dolfin – estrutura de proteção dos pilares da ponte – que está avariado.

Ainda segundo a autorização da Marinha, as dimensões máximas dos comboios devem ser de 175 metros de comprimento (incluindo o empurrador) e 25 metros de largura. O canal, com toda a estrutura de segurança sem defeitos, permite a navegação de comboios com até 16 barcaças em uma só vez.

Os comboios só poderão cruzar a ponte, sem serem desmembrados, “quando navegando rio acima” e sob “inteira responsabilidade” do comandante da embarcação em quatro situações. A primeira delas se as barcaças estiverem completamente vazias, sem carga.

Outra possibilidade permitida seria somente após “avaliação criteriosa” das condições meteorológicas, que deverão ser “favoráveis de vento, correnteza e visibilidade”. Também quando todos os propulsores do rebocador ou empurrador estiverem “operando sem qualquer tipo de restrição” e, por fim se não exceder o comprimento máximo autorizado para o trecho brasileiro da hidrovia, que é de 290 metros de comprimento e largura máxima de 50 metros.

Embora condicione a transposição à recuperação completa do dolfin, a autorização provisória é válida por 180 dias, contados a partir de 29 de março deste ano. A ponte foi inaugurada em 10 de maio de 2001 pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. O custo total foi de R$ 23 milhões, com 80% financiados pelo Fonplata. Ela tem 1.890 metros de extensão, com vão central de 125 metros, para permitir a navegação. O ponto mais alto tem 30 metros.

Histórico Dolfin

A determinação remeteu a problemas anteriores para a navegação naquela região em razão das avarias nos dolfins que protegem os pilares daquela ponte rodoviária, que chegaram a motivar reuniões envolvendo a Marinha; Governo do Estado e Administração da Hidrovia do Paraguai (Ahipar) em agosto de 2006, quando o Estado estimou gasto total de R$ 2,2 milhões para o conserto completo.

Previa-se que o dolfin, depois de reparado, teria capacidade maior de absorção de impacto, passando das atuais 8 mil toneladas para 13,5 mil toneladas.

Desde 2004, depois da batida de um comboio no sistema de segurança que protege os pilares da ponte, a Marinha restringiu a passagem de quatro barcaças por vez. A medida necessária acarretou prejuízos anuais de aproximadamente US$ 1,7 milhão (cerca de R$ 2,9 milhões) para empresas de transporte de cargas, o que podia refletir na tarifa praticada e implicar em perda de competitividade dos produtos exportados em Corumbá pela hidrovia.

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