Debate entre candidatos a vice não chegou a empolgar

José Alencar (PL), José Antônio (PSB), Paulinho (PTB) e Rita Camata (PMDB) preferiram manter a discussão em “banho maria”

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José Alencar (PL), José Antônio (PSB), Paulinho (PTB) e Rita Camata (PMDB) preferiram manter a discussão em “banho maria”

Foi morno. O debate entre os candidatos à vice-presidente, promovido ontem a noite pela TV Bandeirantes, não chegou a empolgar. No primeiro bloco, a jornalista Márcia Peltier, que mediou o encontro, fez uma única pergunta aos quatro: quais são as medidas concretas e reais que o presidente deve tomar para resolver o problema da segurança e em quê o vice pode participar ativamente para resolver o problema.

O senador José Alencar (PL-MG), candidato a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva, foi primeiro a responder. Para ele, o problema maior da segurança está no contrabando de armas: “O PT tem se preocupado muito com a segurança pública no Brasil e já apresentou um projeto que foi distribuído para todas as autoridades. O crime organizado tem muitos braços no Brasil, principalmente com o ingresso de armas sofisticadas e munições pesadas”, opinou.

O candidato à vice de Anthony Garotinho, o deputado federal José Antônio de Almeida (PSB-MA), culpou o governo federal pela atual crise na segurança: “O governo federal foi omisso, deixou o problema para os governos estaduais e praticamente só distribuiu recursos. Como membro da CPI do Narcotráfico pude ver como o crime organizado está se infiltrando nos estados, tendo representantes no Legislativo, no Judiciário e no Executivo. Além disso, a polícia de fronteiras é uma verdadeira peneira, onde passam armas e drogas”, fuzilou.

O deputado federal Paulo Pereira da Silva (PTB-SP), candidato a vice de Ciro Gomes (PPS), acredita que o problema da segurança está diretamente relacionado com o desemprego: “Vamos combater o desemprego para dar oportunidade aos jovens. Por outro lado, vamos federalizar grande parte dos crimes, deixar para a União crimes como contrabando, corrupção, tráfico de drogas, e incentivar os estados a unificar as polícias, tornando-as mais comunitárias.

Já a deputada federal Rita Camata (PMDB-ES), candidata a vice na chapa de José Serra (PSDB), primeiro se apresentou ao eleitor e depois disse que em seus quatro mandatos sempre se preocupou com o assunto: “O candidato José Serra destacou o emprego e a segurança como prioridades. Vamos criar o Ministério da Segurança, integrar as polícias de estados e municípios. Também vamos criar um banco de dados para avaliar como cada estado está fazendo para combater a violência”.

BANHO MARIA – No segundo bloco, questionado pelo deputado José Antônio de Almeida, o sindicalista Paulinho explicou as acusações de ter participado de desvio de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) quando comandava a Força Sindical. Os vices de Lula e Serra, senador José Alencar e Rita Camata, destacaram-se pela troca de elogios.

No terceiro bloco as discussões giraram em torno de temas como reforma política, inflação e desemprego. O senador José Alencar e o deputado José Antônio concordaram que é necessária uma reforma política que inclua o financiamento público de campanha e a fidelidade partidária.

Nem a participação dos jornalistas, no bloco seguinte, lançou algum tempero sobre o debate. Rita Camata lembrou o fato de ser a única mulher entre os candidatos. José Antônio criticou Paulinho, dizendo que, apesar de ser sindicalista, pressionou por uma votação rápida das mudanças na CLT, impedindo uma discussão mais aprofundada sobre o assunto.

No quinto e último bloco, Rita e José Antônio divergiram sobre a paternidade dos genéricos, o mesmo acontecendo entre Rita e Paulinho sobre o seguro-desemprego. No final, cada candidato teve dois minutos para dar um último recado ao eleitor. Os quatro enfatizaram em seus discursos o emprego e a qualificação dos jovens para o crescimento do país.

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