Com uma excelente exibição no Taiti, Gabriel Medina superou o peruano Alonso Correa e conquistou a medalha de bronze no surfe masculino na Olimpíada Paris-2024. Após a decepção em Tóquio, e uma ‘greve’ de ondas nas semifinais em Teahupo’o, o tricampeão mundial sobe ao pódio ao vencer a bateria por 15,54 a 12,43 e fatura a primeira medalha da carreira.

Medina chegou ao Taiti como um dos favoritos ao pódio, se classificando de maneira direta ao mata-mata. Antes de cair nas semifinais, ele passou pelo compatriota João Chianca, o Chumbinho, e levou a melhor na revanche com o japonês Kanoa Igarashi, para quem foi eliminado na semifinal da Olimpíada Tóquio-2020. Na ocasião, o brasileiro perdeu o bronze para o australiano Owen Wright.

Com a bateria do ouro e do bronze passando de 30 para 35 minutos, os surfistas tiveram a chance de estudar melhor quais ondas poderiam surfar para alcançar boas notas. Correa foi quem encontrou a melhor ondulação e abriu a disputa com um tubo muito bom, saindo com um 7,33. O peruano aproveitou ao máximo a onda baixa e parou longe, sendo obrigado a remar bastante para voltar à área de prova. Medina surfou logo em seguida, fazendo um 5,67

Mantendo a postura ofensiva que adotou durante a competição, Correa buscou um novo tubo logo na sequência, mas foi espremido pelas ondas. Medina tentou responder, mas também caiu e tirou apenas um 0,87. Atento às marés, o peruano voltou a conseguir uma boa execução durante a prioridade e recebeu nota 5, subindo para 11,83. Pressionado, o brasileiro voltou a errar e perdeu a prioridade, ficando em cenário ruim na disputa.

Correa voltou a fazer boa manobra na parede e fez um 5,60, aumentando para 12,43 sua pontuação. Precisando reagir, Medina mostrou toda a sua experiência em Teahupo’o e conseguiu surfar um tubo apertadíssimo, conseguindo um 7,50 e indo para 13,17 na disputa, passando à frente. Com os dois surfistas na bancada, eles voltaram remando à área de disputa e o brasileiro ganhou a prioridade, gerando muita reclamação do peruano, que alegou ter chegando ao local primeiro.

Com a prioridade, Medina emplacou com um novo tubo seguido de um aéreo, conseguindo um 7,77, melhor nota da bateria, descartando a segundo nota e subindo a sua pontuação para 15,27, obrigando Correa a realizar uma manobra acima de nota 7. Apesar da prioridade, o peruano dispensou algumas marolas e abriu espaço para o brasileiro mais uma vez aumentar seus pontos.

Faltando pouco mais de cinco minutos para o fim, Medina empilhou mais uma nota, novamente um 7,77, fazendo o surfista do Peru precisar tirar algo acima de 8 para voltar à liderança. Sem ondas boas para tal execução, Medina acabou ficando com a medalha de bronze.