Com Maicon expulso, São Paulo perde do Atlético Nacional

Não foi páreo para o melhor ataque Libertadores

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Não foi páreo para o melhor ataque Libertadores

O São Paulo não foi páreo para o melhor ataque da Copa Libertadores. Dominado durante boa parte do jogo, a equipe sucumbiu após a expulsão do zagueiro Maicon e perdeu por 2 a 0 do Atlético Nacional, nesta quarta-feira, no Morumbi. O resultado exigirá do time uma vitória por três gols de diferença para avançar à final. Além disso, terá de arcar com a ausência de Maicon, que custou 5 milhões de euros (R$ 20 milhões) e 50% dos direitos dos jovens Lucão e Ítalo só para jogar as semifinais.

O técnico Edgardo Bauza apostou novamente na improvisação do centroavante Ytalo na vaga do lesionado Ganso, mas a invenção não surtiu o efeito esperado. O atleta só correu em campo e não exerceu nem sombra do protagonismo do camisa 10 – tanto que foi substituído por Alan Kardec, aos 17 minutos do segundo tempo. O volante Wesley, substituto de Kelvin na ponta direita, foi outro jogador com atuação apagada e que comprometeu a armação do ataque.

Michel Bastos, encarregado das cobranças de bola parada, era o principal destaque ofensivo da equipe. Mas a atuação do meia também deixou a desejar. Sem companheiros que pudessem servir o ataque, o artilheiro Jonathan Calleri praticamente não encostou na bola durante os 90 minutos de jogo.

Se já era difícil, o jogo ficou ainda mais complicado com a expulsão de Maicon, aos 28 minutos do segundo tempo. Bauza não soube ajustar o sistema defensivo da equipe e viu Borja aproveitar os espaços para anotar os dois gols, aos 36 e 43 minutos. Com os tentos, o Atlético Nacional chegou aos 19 gols na competição continental.

O duelo que decidirá o primeiro finalista da Libertadores ocorrerá às 21h45 (de Brasília) da próxima quarta-feira, dia 13, na cidade colombiana de Medellín – onde o Atlético Nacional está 100%. O São Paulo precisará de uma vitória por dois gols de diferença para levar a decisão aos pênaltis. Só um triunfo por três gols de diferença garante a classificação direta para a final.

O Jogo – A ausência de Ganso comprometeu o estilo de jogo com o qual o São Paulo se habituou na Copa Libertadores. Os primeiros minutos da etapa inicial ficaram marcados por uma série de cruzamentos que não resultaram em chances de gol. Para o Atlético Nacional, que começou o duelo retraído, a aposta era no toque de bola e na velocidade do setor ofensivo. Aos 10 minutos, Macnelly Torres soltou para Ibarguén na esquerda, mas o atacante lançou muito forte para a área e Borja não conseguiu alcançar.

O São Paulo se saiu melhor a partir do primeiro susto. Aos 12 minutos, Wesley recebeu na ponta direita, dentro da área, e isolou uma das melhores oportunidades de sair à frente no marcador. Aos 15, Thiago Mendes recuperou a bola após saída errada dos defensores e chutou de fora da área, mas o goleiro Armani caiu para a esquerda e espalmou o tiro.

O restante do primeiro tempo foi de domínio completo do Atlético Nacional. Os colombianos usavam uma tática baseada única e exclusivamente na troca de passes no meio-campo. Foi assim que os jogadores de ataque escaparam da marcação pelos lados do campo, embora nenhuma chance clara tenha sido criada pela equipe.

Aos 35 minutos, os visitantes utilizaram uma falta no lado esquerdo para alçar a bola na área, mas Bocanegra não chegou a tempo de concluir para o gol. Antes do intervalo, aos 43, Michel Bastos teve um lampejo ao pegar de primeira uma sobra de bola na meia-lua da área. Armani, bem colocado no centro do gol, praticou a defesa na melhor chance da etapa inicial.

Apesar das dificuldades para armar as jogadas de ataque, Bauza voltou para o segundo tempo sem mudanças. Aos seis minutos, Bruno cruzou da direita e Ytalo só não concluiu ao gol porque Bocanegra tomou a frente e desviou para fora. A chance foi a última antes de uma forte pressão do Atlético Nacional ter início.

Aos 12 minutos, Marlos Moreno partiu em velocidade e tocou para o centroavante Borja, que buscou o chute colocado e viu a bola ir para fora após leve desvio de Maicon. Na cobrança do escanteio, Sánchez saltou no miolo da área e cabeceou no travessão de Denis. Borja, aos 14, finalizou novamente para o gol e parou em defesa segura do goleiro são-paulino.

Aos 17 minutos, o Patón viu a necessidade de mexer no time e colocou Alan Kardec para atuar como um armador, no lugar do apagado Ytalo. Sem diagnosticar resultados imediatos, Bauza tirou o amarelado João Schmidt para a entrada do meia Daniel. Dessa vez, o São Paulo se encontrou na frente e Michel Bastos, aos 27, finalizou mais uma vez em cima do goleiro Armani.

A reação, no entanto, cessou aos 28 minutos. Maicon colocou a mão no rosto do atacante Borja, que aproveitou a situação para se atirar no gramado. O árbitro argentino Mauro Vigliano entendeu que o lance caracterizava uma agressão do zagueiro e apresentou o cartão vermelho direto para o são-paulino.

Bauza, então, colocou Hudson no lugar de Wesley. A alteração de nada adiantou. O Atlético Nacional foi tocando a bola até que a defesa tricolor fosse envolvida. O buraco na zaga permitiu que Borja aproveitou saísse na frente de Denis para tocar com classe, no canto esquerdo do gol, aos 36 minutos. Atordoado, o Tricolor voltou a sofrer com Borja. Aos 43, ele recebeu assistência de Marlos Moreno e praticamente selou a classificação colombiana à final.

FICHA TÉCNICA

SÃO PAULO 0 X 2 ATLÉTICO NACIONAL-COL

Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)

Data: 06 de julho de 2016, quarta-feira

Horário: 21h45 (de Brasília)

Árbitro: Mauro Vigliano (ARG)

Assistentes: Juan Belatti e Gustavo Rossi (ambos da ARG)

Público: 61.766

Renda: R$ 7.526.480,00

Cartões amarelos: João Schmidt (São Paulo); Díaz, Borja (Atlético Nacional)

Cartão vermelho: Maicon (São Paulo)

GOLS:

ATLÉTICO NACIONAL: Borja, aos 36 e 43 minutos do segundo tempo

SÃO PAULO: Denis; Bruno, Maicon, Rodrigo Caio e Mena; João Schmidt (Daniel), Thiago Mendes, Wesley (Hudson), Ytalo (Alan Kardec) e Michel Bastos; Calleri

Técnico: Edgardo Bauza

ATLÉTICO NACIONAL: Armani; Bocanegra, Sánchez, Henríquez e Díaz; Mejía, Pérez (Arias) e Macnelly Torres; Marlos Moreno (Blanco), Ibarguén (Guerra) e Borja

Técnico: Reinaldo Rueda

  

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