Para dirigente, Morenão poderia virar praça esportiva com shopping

Praça esportiva com shopping ou uma reforma que colocasse o estádio em nível para receber a seleção?

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Praça esportiva com shopping ou uma reforma que colocasse o estádio em nível para receber a seleção?

No mês passado uma polêmica sacudiu os bastidores do esporte em Mato Grosso do Sul, com o boato de que o Morenão poderia ser implodido. Na notícia veiculada pelo Midiamax em 12 de fevereiro foi citado posicionamento do médico ortopedista José Luiz Mikimba, que foi responsável por um suposto vazamento dessa intenção da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) quanto ao estádio. Ele afirmou ao jornal que acredita em um fim próximo do Morenão, posição contestada pelo presidente do Cene, José Rodrigues. Agora quem diverge do propósito ao principal monumento do futebol local são dirigentes da Prefeitura de Campo Grande e do Governo do Estado. 

“A casa do futebol sul-mato-grossense tem de ser um local compatível com a sua realidade e esse lugar já existe: o Estádio das Moreninhas. O Morenão é da UFMS e atende a universidade nas aulas de Educação Física ou eventos da própria instituição, mas se tornou com o tempo um espaço incompatível com o futebol daqui. Não adianta ter ele maquiado para receber grandes jogos, de times de fora, que a empresa promove o espetáculo e leva tudo depois. Tem que se pensar no regional, prestigiar os clubes daqui, a realidade daqui que precisa de apoio”, diz o secretário de Estado de Administração, Carlos Alberto de Assis, que já foi diretor-presidente da Fundação Municipal de Esporte de Campo Grande (Funesp), e também já geriu o Esporte Clube Comercial. 

O Comercial, assim como o Operário, é apontado inclusive como um dos credores da UFMS quanto a utilizações do Morenão, em uma dívida de R$ 21 mil com a instituição que gasta mensalmente R$ 1 mil a mais que isso para manter o estádio. Carlos Alberto entende que a finalidade como estádio para o espaço é ineficaz, mudança que poderia ser amplamente discutida com a sociedade. Segundo o secretário de Estado, o lugar poderia abrigar uma praça esportiva, como é o Belmar Fidalgo e o Elias Gadia (ambos já foram estádios de receber jogos), com a implantação vizinha de um shopping center.

“Daria-se uma opção para a família, falta isso daquele lado da cidade e iria oferecer um programa de lazer. Isso é uma opinião minha, mas acho que muita gente pensa da mesma forma. A dívida de clubes com a UFMS pela utilização do estádio, se existe, deve ser cobrada, mas não é algo que mudaria a perspectiva do Morenão. É preciso um projeto diferente. Reativar para jogos não seria a melhor opção. Qual é o público de jogos do Comercial? Cem pagantes, 200, então pra que um estádio de 25 mil?”, questiona Carlos Alberto.

Rivalidade MT e MS

O presidente da Federação Sul-Mato-Grossense de Futebol (FFMS), Francisco Cezário, ao ser consultado pelo Midiamax sobre a possibilidade do estádio vir a ser gerido pela Prefeitura, como o próprio Gilmar Olarte (PP) aventou em fevereiro, preferiu ser indiferente. Segundo ele, uma mudança, se trouxesse aos clubes a chance de voltar a ter jogos no local, seria benéfica, uma vez que o Morenão tem história. O estádio foi classificado pelo presidente do Cene como um ‘monumento do esporte sul-mato-grossense’, quando estourou o ‘boato da implosão’, mesmo termo que o radialista Arthur Mário usou quando veiculou sobre a perspectiva , conforme ele assombrosa. 

Já para o atual diretor-presidente da Funesp, José Eduardo Amâncio da Mota, o Professor Madrugada, abrir mão do Estádio Pedro Pedrossian como local de jogos oficiais para torná-lo uma praça esportiva seria admitir de vez uma inferioridade em relação a Cuiabá, que agora tem uma arena ‘padrão Fifa’. 

“Eu entendo de outra forma. O Morenão precisa ser revitalizado, uma vez que vários estádios passaram por este processo de remodelagem com a Copa do Mundo e estão aí modernos, como o de Cuiabá, dos nossos vizinhos. Já o nosso está envelhecido, com instalações precárias e Campo Grande merece esse local com uma cara nova, pois ele já existe e não pode ser desperdiçado. A cidade vive essa carência para a recepção de grandes eventos pois se uma Seleção Brasileira pensar em jogar no Centro-Oeste a CBF teria como enviar a partida para Brasília ou para Mato Grosso. O mesmo acontece com o Guanandizão, que atende 14 modalidades esportivas e não pode receber eventos internacionais pelas suas condições”, diz Madrugada, que espera ainda pela revitalização do ginásio, orçada em 2013 em R$ 15 milhões; já o Morenão precisa de pelo menos R$ 2 milhões para voltar à ativa. 

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