A projeção da inflação em 2024 foi reduzida de 3,55% para 3,5% pelo Ministério da Fazenda, e a estimativa para o crescimento da economia foi mantida em 2,2%. As previsões foram divulgadas no Boletim Macrofiscal da SPE (Secretaria de Política Econômica) desta quinta-feira (21).

Motivos da queda

De acordo com a secretaria, o impacto do fenômeno El Niño sobre a inflação de alimentos, o etanol e as tarifas de energia elétrica foi inferior ao inicialmente projetado. 

Além disso, outros preços monitorados e que passaram por reajuste ficaram abaixo da expectativa, como o licenciamento e emplacamento de veículos, e as tarifas de energia, o que também contribuiu para a queda.

Serviços influenciados pela inflação, e que portanto estão desacelerando, também contribuíram para a revisão para baixo da projeção. Por fim, a economia internacional também contribui para segurar a inflação. Segundo a SPE, o excesso de capacidade ociosa na China impacta nos preços de bens industriais.

No caso da projeção de inflação pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), segue dentro da meta de 3% para o ano. O índice tem intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior, 4,5%. Já para 2025, a estimativa avançou de 3% para 3,1%.

Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), usado para instituir o valor do salário mínimo e corrigir aposentadorias, deverá encerrar 2024 com variação de 3,25%, no mesmo patamar do boletim anterior, divulgado em novembro do ano passado. 

A projeção para o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), que inclui o setor atacadista, o custo da construção civil e o consumidor final, caiu de 4% para 3,5% este ano.

PIB

A manutenção da estimativa de alta de 2,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024 se deve à estimativa de crescimento equilibrado, baseado no avanço de setores cíclicos e na expansão da absorção doméstica (consumo e importação do país), de acordo com a secretaria. 

Apesar de fechada em 13 de março, antes da revisão de dados que apontavam crescimento acima do previsto no comércio e nos serviços, os números seguem estáveis porque, para a agropecuária, a estimativa passou de previsão de crescimento para queda de 1,3%, refletindo principalmente a redução nos prognósticos para a safra em 2024.