Fatia de famílias endividadas sobe a 67,1% e bate recorde em junho, afirma CNC

Em meio à crise da pandemia da covid-19, o porcentual de famílias brasileiras com dívidas atingiu novo recorde histórico em junho. Com alta de 0,6 ponto porcentual, ele chegou a 67,1%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde janeiro de 2010. A inadimplência também […]

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Em meio à crise da pandemia da covid-19, o porcentual de famílias brasileiras com dívidas atingiu novo recorde histórico em junho. Com alta de 0,6 ponto porcentual, ele chegou a 67,1%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde janeiro de 2010. A inadimplência também acelerou no período avaliado.

Em nota, a CNC afirma que a renovação da alta do endividamento indica que as famílias estão demandando mais crédito no sistema bancário, seja para pagar dívidas e despesas correntes, seja para manter algum nível de consumo.

“As incertezas sobre a recuperação da economia no pós-crise somam-se à proporção elevada de consumidores endividados no País Assim, mostra-se importante ampliar o acesso ao crédito a custos mais baixos e alongar os prazos de pagamentos das dívidas, para com isso mitigar o risco do crédito no sistema financeiro”, defende a CNC.

O número de famílias com dívidas ou contas em atraso chegou a 25,4% em junho, atingindo o maior nível desde dezembro de 2017 e registrando crescimento nas bases mensal (+0,3 ponto porcentual) e anual (+1,8 ponto porcentual). Já o total de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes chegou a 11,6% – patamar mais alto desde novembro de 2012. O indicador também apresentou aumento mensal (+1,0 ponto porcentual) e anual (2,1 pontos porcentuais).

De acordo com a instituição, apesar do contexto negativo no mercado de trabalho (com alta expressiva dos desligamentos) e para a renda, a queda da taxa Selic e a inflação controlada em níveis historicamente baixos são fatores que podem favorecer o poder de compra dos consumidores. A confederação destaca que “as transferências emergenciais do ‘coronavoucher’ também impactam positivamente a renda e o consumo, especialmente, dos itens considerados essenciais”.

Na análise por faixas de renda dos brasileiros, o comportamento do indicador que mede o endividamento é distinto. Para as famílias com renda até dez salários mínimos, o porcentual de endividados cresceu de 67,4% em maio para 68,2% em junho. Já para as que têm renda acima de dez salários mínimos, esse mesmo porcentual caiu de 61,3% em maio para 60,7% em junho.

“No corte por faixa de renda, o endividamento é crescente e segue tendência positiva desde fevereiro de 2020 entre as famílias com menor renda. Já nas famílias que recebem mais de dez salários, o endividamento vem caindo desde abril deste ano”, destaca em nota a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira.

Em relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito continua sendo o mais apontado pelos brasileiros como a principal modalidade de endividamento (76,1%). Carnês (17,4%) e financiamento de veículos (11,7%) também permanecem na segunda e terceira posições, respectivamente.

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