Pesquisa revela queda na compra de produtos pirateados no Brasil

1.200 entrevistados

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

1.200 entrevistados

Pesquisa divulgada hoje (2) pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio/RJ) e Instituto Ipsos mostra queda na aquisição de produtos pirateados no país. De acordo com a sondagem, feita entre os dias 30 de julho e 9 de agosto deste ano, com 1.200 entrevistados de todo o país, três em cada dez brasileiros (30%) declararam consumir produtos piratas. O avanço da tecnologia e novos hábitos do consumidor explicam a retração do consumo desses produtos no país,

comparado a pesquisa semelhante em 2011, quando cinco em cada dez brasileiros (50%) admitiram comprar  produtos piratas. O resultado de 2016 está abaixo também da média histórica de 40%.

Na avaliação do gerente de Economia da Fecomércio/RJ, Christian Travassos, “de forma mais estrutural, o consumidor tem comprado menos produtos piratas”. No caso especial de CDs e DVDs,  a explicação para a tendência de queda da aquisição desses produtos falsos, segundo o economista, está ligada ao fato de o brasileiro estar consumindo mais música, séries, filmes, games (jogos) na TV por assinatura, além da disseminação desses conteúdos na internet. “As pessoas pagam relativamente menos por esses produtos e não têm necessidade de consumir produtos físicos. Esse é um dado positivo da formalização”, acrescentou.
Diversificação

Esse movimento teve impacto sobre o comércio legalizado de CDs e DVDs, que precisou se reformular e adotar outras estratégias de venda, diversificando as funções dos estabelecimentos, que passaram a oferecer outras opções, como literatura, música ao vivo, café e lanchonete, por exemplo. Por outro lado, o consumidor tem ciência dos malefícios da pirataria no faturamento do comércio e na geração de empregos e arrecadação de impostos.

Do ponto de vista dos falsificadores, o foco está se direcionando mais para calçados, bolsas, brinquedos e roupas, acrescentou ele. Dados da Fecomércio/RJ revelam que dentre os itens piratas mais consumidos estão roupas (14%), calçados e bolsas (10%) e brinquedos (10%).

O economista salientou, entretanto, que embora ainda liderem o ranking de produtos pirateados, com 62% e 56% respectivamente, a parcela de brasileiros que consomem cópias de DVDs e CDs está em queda. “Ainda são os mais fortes, mas perderam adesão”. No caso específico de CDs, houve redução significativa na aquisição, comparado a 2011. Caiu de 81% para 56%.
Justificativa

Entre os brasileiros que informaram preferir produtos falsos, a justificativa para a compra é o preço, apontada por 96% dos consumidores.

A pesquisa revela ainda que dos 30% de brasileiros que compraram algum produto pirata este ano, mais de um terço manifestou arrependimento com a compra: 92% apontaram a baixa qualidade do produto e 16% se queixaram da falta de garantia.

Entre os que informaram comprar produtos piratas, 38% estão na Região Norte, seguida pelas  regiões Centro-Oeste (37%), Sul e Sudeste (32%, cada) e Nordeste (28%). Christian Travassos atribuiu o maior percentual de consumidores de produtos pirateados no Norte e Cenro-Oeste à existência de fronteiras “mais permeáveis”, de difícil fiscalização, e também ao menor acesso à internet ou a TVs por assinatura.

 

Conteúdos relacionados