Dilma diz a diplomatas que Brasil tem desafio de vencer taxas de juros, de câmbio e altos impostos

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (20) que o desafio no Brasil é vencer o que chamou de “três amarras”: as elevadas taxas de juros e de câmbio, além dos impostos altos. Segundo ela, os obstáculos só serão superados se houver educação de qualidade no país. Dilma defendeu ainda a ampliação de parcerias econômicas e […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (20) que o desafio no Brasil é vencer o que chamou de “três amarras”: as elevadas taxas de juros e de câmbio, além dos impostos altos. Segundo ela, os obstáculos só serão superados se houver educação de qualidade no país. Dilma defendeu ainda a ampliação de parcerias econômicas e comerciais com países desenvolvidos e em desenvolvimento.

“A relação com os países da Ásia é estratégica. Nós temos de equacionar três amarras: taxas de juros e de câmbio, [além de] impostos altos. O caminho [para isso] é o da educação de qualidade. Além disso, temos de manter os relacionamentos com a União Europeia e os Estados Unidos”, disse a presidenta, na cerimônia do Dia do Diplomata, no Itamaraty.

Dilma ressaltou ainda que o Brasil integra blocos econômicos de relevância no cenário político e econômico internacional, como o Brics – formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul – e o Ibas – grupo integrado pela Índia, o Brasil e a África do Sul. “O Brasil tem um diálogo bastante especial, tanto também no Ibas, o Brasil não é só ouvido, é protagonista”.

As conquistas do Brasil nos últimos anos, segundo Dilma, colocam o país como membro titular das mesas de negociações do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo. “É inimaginável que nós não estejamos sentados na mesa de negociações [do G20]”, disse.

A presidenta reiterou ainda que é fundamental associar os esforços pelo desenvolvimento econômico, o diálogo e as parcerias com a preservação dos direitos humanos. “O Brasil tem a característica de preservar, de respeitar nós mesmos, o fato de nós sermos um país com uma tradição muito forte de paz e democracia”.

A colocação ocorre no momento em que as atenções da comunidade internacional estão voltadas para a busca do cessar-fogo na Síria – que há 13 meses está sob uma onda de violência – e da redemocratização na Guiné-Bissau – país africano que sofreu golpe de Estado no último dia 12.

“Temos de respeitar os direitos humanos. É um valor porque o nosso povo tem espaço de movimentação e a imprensa tem liberdade”, disse a presidenta, no seu discurso feito na formatura da última turma de diplomatas do Instituto Rio Branco, que homenageou Milena Medeiros – diplomata que morreu no ano passado em decorrência de complicações da malária adquirida durante missão na África.

“Foi muito emocionante vocês terem escolhido a Milena Medeiros. O ato de escolha é um ato de afirmação. Esse país tem de ter muitas Milenas, sejamos capazes de permitir que esse país tenha muitas Milenas”, disse a presidenta, referindo-se ao fato de a diplomata ser negra e ter nascido no Acre.

Conteúdos relacionados