Um incêndio em vegetação atrapalha a visibilidade dos motoristas que passam pela BR-163, na região da Uniderp Agrárias, em Campo Grande, no começo da tarde desta quarta-feira (19).

O incêndio começou por volta de 12h30 e se espalhou rápido, pois venta bastante no local. Até o momento, uma área de aproximadamente 300 metros às margens da rodovia estava queimada, incluindo a cerca.

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, por volta de 13h uma equipe da CCR MSVia, que administra a rodovia, chegou a tentar combater o incêndio em vegetação, mas ficou sem água. A equipe deixou o local para reabastecer.

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Fumaça invadiu a rodovia (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Trabalhadores informaram à reportagem que viram pessoas jogando lixo próximo ao local do incêndio, mas não afirmam se foram elas que atearam fogo. Além do problema com o fogo, a fuligem e a fumaça tomaram conta da rodovia.

Motoristas que irão passar no local devem redobrar a atenção já que a visibilidade está reduzida. Até o momento que a reportagem ficou no local, nem a CCR MSVia voltou, nem viaturas do Corpo de Bombeiros chegaram.

Confira o vídeo:

Umidade baixa, incêndios aumentam

Mato Grosso do Sul está há semanas sofrendo com a baixa umidade relativa do ar e a falta de chuvas. Tudo isso prestes a entrar no inverno, estação conhecida por ter estiagem e o tempo muito seco.

Esse ‘combo’ favorece os incêndios florestais e a sua propagação. Na terça-feira (18), uma área ao lado do Shopping Bosque dos Ipês foi alvo de um incêndio criminoso. As chamas estavam chegando a 1 metro de altura e por medo de que elas atingissem a rede elétrica, trabalhadores acionaram o Corpo de Bombeiros.

Na noite de domingo (16), um incêndio de grandes proporções atingiu uma área de vegetação na Avenida Ernesto Geisel, na região do cruzamento com a Avenida Campestre, no bairro Aero Rancho. Conforme leitores do Jornal Midiamax, o fogo se estendeu por uma grande área e causou ‘fumaceiro’ na região.

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Cerca queimada (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Pantanal em chamas

Mas o incêndio mais preocupante está no Pantanal, nas redondezas de Corumbá. A situação está tão catastrófica que o satélite do Zoom Earth revelou uma camada de fumaça cobrindo a região pantaneira. A fumaça é causada por incêndios florestais que já devastaram 240 mil hectares neste ano.

Conforme o monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de terça-feira (18) até esta manhã, o Estado registrou 83 focos de calor, colocando-o em terceiro lugar no ranking nacional de maior registro das últimas 24 horas. A maior parte dos pontos de calor está registrada em Corumbá, Ladário e Aquidauana.

O Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) explica que as imagens de satélite mostram uma fina camada de fumaça originada por incêndios florestais próximo a Corumbá. Nas regiões sudoeste e sudeste do Estado, há nebulosidade, mas não há associação com chuvas.

Tempo seco

Portanto, o Estado permanece em alerta de baixa umidade relativa do ar, o que favorece as ocorrências de queimada e risco à saúde. A previsão é de que os termômetros podem chegar a 36°C, associado a secura no ar, entre 15 e 35%.

Grande parte de Mato Grosso do Sul completa mais de 20 dias sem chuvas consideráveis. A última chuva teve registro no dia 24 de maio em Campo Grande. Os ventos atuam de nordeste no estado de Mato Grosso do Sul, elevando a sensação de calor.

Pantanal tem 240 mil hectares queimados

Pantanal já teve mais de 240 mil hectares queimados este ano e a destruição caminha para superar aquela vivida em 2020 – um dos piores anos para o bioma. Mapeamento feito pelo Ecoa a partir de imagens de satélite serve de alerta para a devastação deixada pelo fogo.

A paisagem cinza e os animais carbonizados ainda ecoam na mente do pantaneiro após o desastroso 2020 – com mais 4 milhões de hectares devastados. As indicações são de que 2024 pode ser ainda pior, segundo o Ecoa.

Corumbá escondida na fumaça

Desde o dia 4 de junho, moradores de Corumbá convivem com a fumaça de incêndios florestais no Pantanal. O município registra 1.241 focos de queimadas em 2024, sendo o primeiro no ranking nacional de focos por cidade, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Já são mais de 10 dias convivendo com a fumaça, que esse ano chegou muito mais cedo. Os incêndios florestais ocorrem em período mais crítico entre julho e setembro, porém são 1.269 focos no Pantanal em 16 dias de junho.

Mato Grosso do Sul em emergência ambiental

Em 10 de abril, o Governo de Mato Grosso do Sul publicou o decreto n° 25 que declara estado de emergência ambiental em todo o Estado, por 180 dias, devido às condições climáticas que favorecem a propagação de focos de incêndio sem controle. Entre as ações, estabelece as queimas prescritas.

Conforme o decreto, cabe ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) disciplinar o licenciamento da atividade de queima controlada. E a queima prescrita deve seguir as rotinas estabelecidas no Comunicado CICOE nº 01 de 15 de junho de 2022, do Centro Integrado de Coordenação Estadual.