O mês de agosto se encerrou e foi de desgosto para dois peões em Mato Grosso do Sul, que foram vítimas de ataques de onça, mas conseguiram se livrar do felino e sobreviveram. Ambos tiveram os casos noticiados pelo Jornal Midiamax e aí fica a pergunta: os incidentes poderiam ser evitados? A reportagem buscou a resposta com especialistas e ressalta algumas medidas importantes de segurança.

Segundo os médicos veterinários do Programa Felinos Pantaneiros, do IHP, existem sim diretrizes de atuação sobre a prevenção de ataques.

Quando ocorrem safáris pelo Pantanal, por exemplo, o contato direto com as onças-pintadas e onças-pardas é factível, portanto é necessário evitar acidentes e priorizar, sempre, a vida e a saúde das pessoas, com respeito aos animais.

No caso dos pantaneiros e pantaneiras que vivem em áreas remotas e ficam mais expostos, é necessário evitar, ao máximo, o contato direto com os animais. E seguir estas dicas:

  • Verifique com pessoas que conhecem a região se há avistamentos recentes de onça-pintada ou onça parda, em que locais eles ocorreram para se acender um alerta;
  • Procure não andar sozinho e caso suspeitar de rastros que indiquem pegada de onça, faça barulho pelo caminho ou evite o trajeto;
  • Se encontrar carcaça de animal morto, evite chegar perto, principalmente se não houver urubus presentes no local;
  • Locais onde ocorrem a “ceva”, prática considerada crime pela legislação ambiental, devem ser evitados porque trazem grande risco de conflito com as onças, bem como denunciados à Polícia Militar Ambiental;
  • Verifique pelo caminho que estiver possíveis rastros que onças deixam, como pegadas, se há mais de uma pegada, sugerindo mais de um indivíduo no local, ou até fezes, e se esses detalhes sinalizam serem frescos ou antigos;
  • Caso encontrar com uma onça no trajeto, evite a aproximação e tente manter a maior distância possível até que o animal saia do contato visual;
  • Se você estiver frente a frente com uma onça, não se vire e não corra – esse comportamento remete a de uma presa;
  • Ainda no caso de estar frente a frente com uma onça, mantenha contato visual e procure distanciar-se andando para trás sem movimentos bruscos;
  • Onças com filhotes tendem a ser mais defensivas, o mesmo ocorre quando estão em período de acasalamento – andam em dupla;
  • Depois que a onça sair do contato visual, procure evitar o trajeto ou, se precisar seguir adiante, espere por um período médio para continuar o trajeto.

Casos no mês de agosto, em Coxim e em Corumbá:

Nasceu de novo: pescador é pego de surpresa e briga de faca com onça na beira do rio Coxim

‘Uma vitória que Deus me deu’, diz peão sobrevivente de ataque de onça que explodiu até celular

É necessário respeitar os animais, ainda mais no território deles. (André Bittar, Instagram)