Bota na estátua de Manoel de Barros é mistério, mas reflete em ato heroico: ‘tão prático’
Monumento teve o pé serrado em ato de vandalismo há dois anos e ainda aguarda restauração
Ari Theodoro, Karina Campos –
A estátua de artista Manoel de Barros ganhou um novo acessório, até então, de autoria desconhecida. Uma bota estilo country foi amarrada no pé esquerdo do campo-grandense de coração, gerando debate entre quem passa pela região: É uma sátira ou forma de esconder o buraco do pé serrado há dois anos?
Ninguém ainda descobriu quem colocou a bota, que para servir foi cortada e amarrada com tairapes. Valdimar Silva é integrante da Ibrame (Instituto Brasileiro da Melhor Idade), não percebeu quem poderia ter colocado o acessório.
“Chama a atenção para o ato de vandalismo como esse não se repetir. Essa escultura faz parte da história de Mato Grosso do Sul. Moro aqui há 40 anos, vim do Piauí e sempre recebo turistas e amigos, mosto pontos turístico de Campo Grande, o Pantanal, é muito feio chegar aqui e ver uma situação dessas, mas é uma forma de criticar”.
A fala sugere crítica a falta de manutenção do pé furtado que aguarda reparo há dois anos. Mohammd Alan é funcionário de uma loja de tecnologia no cruzamento da Avenida Afonso Pena com Rua Rui Barbosa. “Não tinha notado, mas é tão prático [inserir a bota], é uma forma de protesto. O melhor seria colocar o pé no lugar.
A sensação de espanto com a novidade no momento se reforça pelo fato da população já acostumada com a estátua sem o pé. A estátua foi inaugurada em dezembro de 2017, na celebração dos 101 anos do poeta. Localizada no canteiro central da Avenida Afonso Pena, no cruzamento com a Rua Rui Barbosa, a estátua é uma reprodução em tamanho real do poeta, assinada pelo artista campo-grandense Ique Woitschach.
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