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Cotidiano

Apartamentos sem teto e água escorrendo pelas paredes, moradores de Corumbá relatam desespero

Ventania que passou de 100 km/h destelhou blocos de condomínio e moradores agora convivem com a tristeza e medo de perder o que restou dentro de casa
Priscilla Peres, Graziela Rezende - Publicado em
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Apartamento sem o telhado, em Corumbá. (Foto: Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

As horas são de desespero para moradores do condomínio Jatobazinho, no bairro Nova Corumbá, desde o temporal que atingiu Corumbá na tarde de terça-feira (12) e levou o telhado de vários blocos de apartamentos. Além da destruição, moradores precisam lidar com o medo de furtos.

O condomínio Jatobazinho é a residência de cerca de 250 pessoas e vários dos blocos tiveram o telhado danificado pelos ventos que passaram dos 100 km/h durante o temporal. O mais afetado foi o bloco 11, onde todo o telhado voou e moradores aguarda ajuda para reconstruir suas casas.

A balconista Barbara de Almeida Siqueira, 35, mora no condomínio há 20 anos e estava trabalhando durante o temporal. Ela contou ao Jornal Midiamax que notou o celular apitando muito e quando parou para olhar, foi informada sobre os danos do vendaval no seu condomínio.

“Foi uma tristeza muito grande, meu bloco foi o mais afetados e agora não tem telhado. Eu continuo aqui por que eu não posso nem sair, tenho medo de levarem minhas coisas”, conta Barbara que está se abrigando na casa de uma vizinha, onde os estragos foram melhores. Segundo ela, usuários de drogas que moram no condomínio ameaçaram furtar os apartamentos que estiverem sozinhos.

Barbara mora no condomínio há 20 anos. (Foto: Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

“Terminei de pagar minha televisão mês passado, não tenho como sair daqui”, conta ela que mora no condomínio há 20 anos e nunca viu nada parecido. Equipe da prefeitura esteve no local de manhã e, segundo moradores, prometeu ajudar a reconstruir os blocos afetados, assim que parar a chuva.

Moradores tentam evitar perda móveis e eletrodomésticos

Em outro bloco do condomínio Jatobazinho, Erica Rosário Delgado dos Santos, 32, estava em casa com a filha de dois anos, quando o temporal começou. O vendaval também danificou o teto do bloco onde ela mora e agora eles encontram formas de evitar que a água que ficou no forro danifique os itens de casa.

“Foi tudo muito rápido, vi que era muito forte, começaram a bater as portas, peguei minha filha e tive vontade de sair, mas não tinha o que fazer”, conta ela, enquanto espalha baldes e a banheira dos filhos pela casa, para tentar conter as goteiras.

Na maioria dos apartamentos do último andar, a água das chuvas está escorrendo pelo forro, pelas lâmpadas e causando rachaduras nas paredes. O medo dos moradores é do forro desabar e a água danificar a estrutura dos prédios.

Dentro dos apartamentos, os moradores usam o que conseguem para levantar sofás e eletrodomésticos do chão e evitar que a água os danifique. A prefeitura se comprometeu a auxiliar nos danos assim que a chuva der trégua.

Em condomínio recém-inaugurado, situação é parecida

No Condomínio Flamboyan, também no bairro Nova Corumbá, moradores também passam o dia tentando conter a água que ficou no forro dos apartamentos e cai aos poucos dentro das casas. O residencial foi inaugurado há nove meses e moradores questionam a situação.

Nélia de Arruda, 43, doméstica conta que mudou a rotina hoje e foi até o CRAS da cidade para pedir lona para colocar entre o forro e o telhado e assim, tentar evitar que a água caia dentro das casas.

Por lá os danos foram menores, mas o vendaval danificou o telhado dos blocos de apartamentos.

Prefeitura decreta situação de emergência

O prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB), decretou situação de emergência no município localizado a 426 km de Campo Grande. A decisão ocorre após temporal que atingiu a cidade na tarde de terça-feira (12), deixando uma criança morta, casas destelhadas e diversos estragos.

De acordo com a prefeitura municipal, o decreto n° 3.050/2023 reconhece a existência de “situação anormal” e autoriza a mobilização de toda a estrutura do Poder Executivo Municipal para atendimento à situação de emergência, sob a coordenação da Superintendência Municipal de Proteção e Defesa Civil.

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