Pacientes cardíacos reclamam de espera de quase um mês por cirurgia no HRMS
HRMS informou que há recorde no aumento da demanda de pacientes para o procedimento
Karina Campos –
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Pacientes internados no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) reclamam da demora de quase um mês por uma cirurgia cardíaca. Familiares relatam que faltam insumos e materiais para o procedimento, entretanto, a assessoria de imprensa da unidade afirma que o número na demanda de encaminhados ao hospital registrou recorde neste ano.
Sem querer se identificar, uma paciente diz que se sente abandonada e chegou a receber alta da equipe médica, mesmo sem passar pela cirurgia. “Várias pessoas estão aguardando aqui. Estou com uma válvula estourada e não tem nem medicação. O médico vem de manhã, acompanha, mas não tem o que fazer. Não tenho condições financeiras de pagar um advogado ou uma clínica particular”, disse.
Yan Lucas Carvalho de Souza, está com a mãe de 53 anos internada na unidade desde o dia 2 de junho, após ter sofrido infarto. Ele foi informado pela equipe que falta equipamento para as operações. Há uma fila considerável de pacientes aguardando transferência para outro hospital, segundo ele, inclusive, com casos mais graves.
“Esse problema atravessou o mês de junho inteiro e agora está entrando em julho. Têm diversos pacientes que estão aguardando cirurgia há mais de 20 dias, pessoas estão morrendo ou correm risco de morrer à míngua aguardando o SUS (Sistema Único de Saúde) fornecer uma cirurgia tão comum. A cirurgia dela [mãe] é de revascularização, destinada para casos considerados mais graves quanto ao comprometimento das veias entupidas. Mas o problema é geral, estive lá por diversos dias e ouvi relato de vários pacientes”.
A assessoria de imprensa do HRMS informou, em nota, que houve aumento extraordinário de procedimentos cirúrgicos devido à demanda de pacientes encaminhados ao hospital. O motivo seria reflexo da pandemia. O resultado seria o gasto maior na quantidade de itens usados para a compra do mês.
“Em 2019, a média de procedimentos cardíacos mensais era de 103 cirúrgicos, 53 cateterismos e 23 angioplastias; no último mês de maio fechamos em 127 cirurgias, 69 cateterismo e 37 angioplastias. Materiais comprados para durar seis meses, não duram quatro. E não podemos simplesmente comprar mais, pois as regras de compras governamentais não permitem”.
Ainda de acordo com o hospital, durante toda pandemia, enquanto o atendimento era exclusivo na referência de tratamento da Covid-19, os casos eram encaminhados para demais unidades do Estado. Em maio deste ano, teriam batido recorde histórico de 76 stets, tubo usado para prevenir constrição do fluxo que causa entupimento das artérias, em cirurgias de angioplastias, sendo maior que a média anual de 2019, onde 41 itens foram utilizados.
“Estamos lotados de casos eletivos, não apenas cardíacos, mas de outras clínicas também. Necessitamos do apoio da população no controle da Covid; não somos mais referência, mas mesmo distribuindo pacientes, atingimos neste fim de semana, 30 casos confirmados sendo que nove estão ocupando leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Quanto mais pacientes em enfermarias e UTIs, menos eletivas poderemos fazer. Infelizmente a pandemia ainda tem um reflexo significativo no HRMS”.
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