Uma das situações que causa incômodo, desconforto e gera reclamação por parte dos moradores das sete regiões de são os terrenos baldios. É comum encontrar locais com vegetação que, por falta de supervisão, se assemelham a um ponto de descarte, com roupas, alimentos, móveis e até mesmo eletrodomésticos.

Em Campo Grande, foram emitidas 5.809 notificações à cidadãos que possuem terrenos em condições de abandonos em 2021, número 80% maior do que o registrado em 2020, quando foram emitidas 3.211 notificações. Números fáceis de serem observados, basta andar algumas quadras em qualquer bairro, que os terrenos baldios são vistos.

E se a poluição visual já o suficiente para irritar ou impressionar negativamente àqueles que passam por um desses terrenos, para os que moram ao lado a situação é ainda pior. Há vinte anos morando no bairro Estrela Dalva, Luciana Urue, de 48 anos, comenta como é passar os dias ao lado de um terreno sem cuidados e adianta: “é difícil”. A é o principal fator que surge quando pensamos na situação, mas Luciana explica que a segurança também é prejudicada.

[Colocar ALT]
(Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

“É complicado porque além da sujeira, tem os moradores de rua, os usuários de drogas e isso diminui a segurança da vizinhança. Podem até esconder drogas ali que ninguém vai perceber” comenta. Além do abandono, que gera um aumento da vegetação, os moradores do entorno também estão entre os maiores causadores da situação, praticando o descarte ilegal de resíduos.

É comum que pessoas descartem roupas, restos de alimentos, imóveis, eletrodomésticos e diversos outros produtos que além de poluir a paisagem, denigrem o solo e podem ser prejudiciais à saúde. Luciana entende como é morar ao lado de pessoas com tais atitudes, “logo que destruiu as casas que tinham aí o dono limpou tudo, mas começou a chover e fez o mato crescer, o povo ainda joga lixo, não cuida”, comentou.

Dados disponibilizados pela (Secretaria Municipal de e Desenvolvimento Urbano) revelam que, apenas em 2021, foram emitidas 849 multas para cidadãos que não realizaram a limpeza desses terrenos, mesmo após notificados. Em 2020 foram 722 multas, que equivale a um aumento de 17%. Com isso, é possível afirmar que não só o número de proprietário que não zelam seu patrimônio aumento, como também aqueles que, mesmo após notificados, ainda tratam a situação com desleixo.

Outra moradora do bairro Estrela Dalva, que preferiu não se identificar, explica as provações necessárias para residir ao lado de locais abandonados. Há poucos metros de dois terrenos baldios, a moradora listou os problemas causados: aumento de usuários de entorpecentes, aumento de insetos, aparição de ratos e dificuldade para trafegar.

(Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

Ela conta que o aparecimento de insetos e ratos pode ser resolvido por ela própria, mas os problemas de trânsito e segurança não. Exemplificando a situação ela conta que diversas pessoas em situação de rua e usuários de drogas convivem no local, causando insegurança para os moradores. O trânsito de pessoas é considerado impossível, visto que a calçada foi tomada pela vegetação, para caminhar pela quadra somente invadindo a rua. A última questão é sobre o trânsito de veículos, prejudicado pela falta de visibilidade das vias no momento de realizar uma conversão.

Em nota, a Semadur informa serem realizadas vistorias de forma rotineira para identifica esse tipo de situação. “Uma vez identificado um imóvel/lote urbano sujo, o proprietário é notificado para realizar a limpeza. Após o recebimento do A.R. (Aviso de Recebimento) o proprietário tem o prazo de 15 dias úteis para o cumprimento da mesma”. Caso o proprietário não cumpra as exigências informadas no A.R, fica sujeito a multa que varia entre R$ 2.727,50 e R$ 10.910,00.