Nordestinos estariam vivendo em situação análoga à escravidão em Campo Grande, denuncia Sintracom
Segundo sindicato, trabalhadores estavam em atividades na construção civil em alojamentos insalubres
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
O Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Campo Grande) denunciou, nesta terça-feira (15), uma empresa de construção civil por manter 21 trabalhadores nordestinos em condições análogas à escravidão em obras no Parque Dallas e Jardim Nova Era. Alojamentos do local estariam superlotados e eles dormiam em colchões no chão.
Conforme a denúncia, as construções são de obras em supermercados, onde foram contratados trabalhadores do Maranhão e Piauí. Duas enfermeiras do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) e o Ministério Público do Trabalho visitaram o local e encontraram a falta de condições sanitárias.
Os trabalhadores teriam relatado que era comum a presença de ratos na residência. “Um trabalhador disse que ficou seis dias de cama com pedra nos rins e a empresa não forneceu assistência médica. Ele afirmou que só foi ao médico porque os colegas de trabalho o levaram”, informou o sindicato, em nota.
O agravo também está no sobrecarregamento da carga horária de trabalho, pois, segundo os trabalhadores, estariam sem visitar a família há, pelo menos, sete meses devido à suspensão de folgas programadas e falta de passagem para cidade natal. Tanto a dispensa programada e a passagem são obrigações da empresa e estão previstas na Convenção Coletiva.
“Os trabalhadores foram enganados com a promessa de um trabalho decente e condições dignas de moradia. Passados alguns meses, observaram que a situação era bem diferente. Então pediram para a empresa os demitirem. No entanto, a empresa, segundo os trabalhadores, se alguém quisesse sair do emprego teria de assinar a demissão por justa causa”, disse o presidente do Sintracom, José Abelha.
Abelha ressalta que este tipo de conduta objetiva “amarrar” o trabalhador à obra. “Caso concordem com a demissão por justa causa não teriam direito às verbas indenizatórias e não teriam condições financeiras de retornarem ao estado de origem”.
Outra irregularidade no alojamento é a falta de refeitório, os trabalhadores faziam as refeições sentados em ferros, e sem água gelada. Além disso, os trabalhadores não dispunham de todos os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).
A empresa foi notificada e terá alguns dias para regularizar a situação.
Notícias mais lidas agora
- Semadur admite que constatou irregularidades em bar que virou pesadelo para moradores no Jardim dos Estados
- Dono de espetinho preso por vender carne em meio a baratas e moscas é solto com fiança de R$ 1,4 mil
- ‘Discoteca a céu aberto’: Bar no Jardim dos Estados vira transtorno para vizinhos
- Carreta atropela mulher em bicicleta elétrica na Rua da Divisão
Últimas Notícias
Dois são presos em Campo Grande em Operação de Goiás contra o tráfico interestadual de drogas
São cumpridos 17 mandados de prisão temporária e 30 de busca e apreensão domiciliar em três Estados.
Dentista faz rinoplastia, provoca necrose em cliente e acaba procurada pela polícia em Campo Grande
Famosa nas redes sociais, mulher faz cirurgias na cadeira de dentista já deixou várias clientes com sequelas em MS
Uma a cada cinco pessoas no Brasil mora de aluguel
Pessoas que vivem sozinhas ocupam maioria dos domicílios alugados
Campo Grande institui selo que incentiva proteção e bem-estar animal em condomínios
Para obter o selo, os condomínios devem atender aos critérios de segurança, higiene, lazer e adoção responsável de animais
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.