O do leite é mais um tijolo no muro inflacionário que sobe diante dos brasileiros. Par perfeito de um cafezinho, do chocolate em pó, a bebida não tem faltado à casa de alguns campo-grandenses graças ao esforço dos pais, que abdicam de outras necessidades para darem a bebida aos filhos.

No bairro Bosque da Esperança, em , o Midiamax conversou com vários moradores e todos, sem exceção, estão aflitos com o preço do leite.

Silmara Nunes, de 18 anos, é auxiliar de cozinha e tem 2 filhas, uma de 2 anos e outra seis meses. Segundo ela, não existe muita saída, porque ficar sem dar o leite não é uma opção.

“Não tem como substituir, tem que trabalhar mais e mais. Tem que deixar algumas coisas de lado, deixar de comprar algumas coisas pra mim. É complicado, mas está assim desde o início da pandemia”.

Patrícia de Souza, comerciante, tem uma filha de 1 anos 6 meses.  Ela ainda amenta, mas vai parar em dezembro e está preocupada. “Agora não influencia muito (o preço), mas vou ter que tirar ela da amamentação. Vou ter que trabalhar mais para colocar mais e mais leite”, diz ela estendendo sua reclamação ao preço da gasolina.

Patrícia tem uma filha de 1 anos e 6 meses (Foto: Nathalia Alcântara/Midiamax)

Cláudio Vilalba, de 33 anos, pedreiro, passeava com suas duas filhas no carrinho de bebê. Uma tem 1 ano e 4 meses e a outra tem dois meses. “Deixar de comprar eu não posso, vou deixar de comprar outra coisa pra nós. Pode até faltar pra gente, mas para as crianças não”, diz ele reforçando a tese dos pais de que a prioridade é sempre os filhos.

Gabriel de Souza, de 23 anos, é pai de uma de três anos. Sobre o leite ele diz que é motivo para trabalhar como servente de pedreiro até no domingo. “Estou trabalhando o dobro porque não pode faltar. O salario mínimo não se equivale aos preços que as coisas estão. Você vai no mercado e traz o o essencial”.

A única entrevistada que não tem filho é Jaqueline dos Santos, copeira, de 46 anos. Ela, que sempre gostou de leite, agora aderiu ao chá de capim cidreira para atenuar o impacto financeiro.

“Compro só um litro na semana, faço chá de capim cidreira e intercalo, porque o café tá caro também. Antigamente eu comprava 5 ou 6, agora só uma. Você tem que tirar (o leite), deixar para comprar uma mistura um ovo ou uma verdura”, finaliza.

“Tem que trabalhar mais e mais”, diz Silmara (Foto: Nathalia Alcântara/Midiamax)

Leite fórmula' tem diferença de 93,22% em farmácias de Campo Grande

Procon-MS (Superintendência Estadual para Orientação e Defesa do Consumidor) divulgou, nesta segunda-feira (11), uma pesquisa no valor do ‘leite fórmula', alimento destinado para alimentação de bebês e recém-nascidos. Foram visitados 12 estabelecimentos, entre farmácias e drogarias, onde a diferença no preço do produto alcançou 93,22%.

Ao todo, foram pesquisados 89 tipos do produto, entretanto, foram divulgados os preços de 59, já que 30 não foram encontrados em três dos locais visitados pela equipe técnica, entre 4 a 7 de julho. Os pesquisadores encontraram diferença de até 93,22% no caso do Aptamil Proexpert soja 2 com 800 gramas.

O produto é comercializado na Drogasil, localizado na Avenida Afonso Pena 2.940 por R$ 82,99, enquanto na Preço Popular, no Shopping Estação, por R$ 42,95. Já a menor variação, de 2,80%, foi encontrada no leite Aptamil Pepti 400g, na farmácia Pague Menos, Avenida 1. 287, bairro Guanandi, por R$ 109,99 e na Preço Popular o valor para venda é R$ 106,99.

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