De rã gigante a falso atentado: no Dia da Mentira, saiba quais foram maiores fake news de MS

Todo mundo aprende que não se deve mentir, menos num dia: o 1º de abril, Dia da Mentira, comemorado nesta sexta-feira

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Foto: Reprodução

Difícil escapar delas, as fakes news estão disseminadas por todo o canto e, às vezes, parece que o Dia da Mentira é todo dia. No entanto, ‘oficialmente’, a data é comemorada nesta sexta-feira, 1° de abril.

As fakes news estão por todas as partes, principalmente nas redes sociais. Em comemoração à data, o Jornal Midiamax separou as maiores mentiras espalhadas em Mato Grosso do Sul e casos vão desde rã gigante de Porto Murtinho a atentado contra deputado.

A lua gigante na Afonso Pena | Foto: Reprodução

A lua gigante na Avenida Afonso Pena

Nos últimos anos, quem não chegou a se deparar com amigos ou familiares compartilhando a famigerada foto da lua cheia gigante que surgiu nos Altos da Afonso Pena.

Os compartilhamentos bombaram nas redes sociais, mas para aqueles que admiraram o registro, a decepção: a lua não passava de uma montagem.

Ainda é possível encontrar a imagem circulando em sites de imagens e até mesmo postagens antigas no Facebook.

Rã gigante de Porto Murtinho

A rã gigante de Porto Murtinho | Foto: Reprodução

Foto compartilhada por várias páginas no Facebook sobre uma suposta rã, de 3 metros, capturada em Porto Murtinho, a 413 quilômetros de Campo Grande, intrigou internautas em 2018.

Em uma das publicações, na ocasião com quase 5 mil compartilhamentos, afirmava que a rã teria três metros e 110 kg, deixando moradores ainda mais curiosos. 

A reportagem acionou biólogo na ocasião e ele esclareceu que seria impossível uma rã atingir tais proporções. As medidas apontadas são extremamente exageradas, pois a maior rã seria a da espécie touro, sendo que seu peso máximo seria 2 kg e a rã-golias, que pode chegar a 3,5 kg.

Portanto, “a rã gigante de Porto Murtinho” não passou de uma história de pescador.

Sem roupa, com RG na mão, na madrugada mais fria do ano

Foto: Reprodução

Na madrugada mais fria de 2021, uma fake news circulou nas redes sociais dizendo que o morador deveria ficar sem roupa no jardim da sua casa, segurando seu RG na mão direita, para um suposto mapeamento de Covid-19.

E pasme! O que obviamente é uma piada fez muita gente acreditar. O inbox do Jornal Midiamax, por exemplo, recebeu várias notificações de pessoas em dúvida se isso realmente seria verdade.

O serviço seria prestado por ninguém menos do que a NASA, agência universal norte-americana que, em vez de cuidar das missões e estudos espaciais, estaria mais preocupada em ver gente pelada fora de casa.

É mole?

Falso atentado

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Em 2020, o deputado federal Loester Trutis (PL) informava nas redes sociais que havia sofrido um atentado a tiros em Campo Grande. O carro do político havia sido alvejado por tiros e uma investigação se iniciou.

No entanto, após apuração da PF (Polícia Federal), foi apontado que Trutis teria encenado o atentado. A conclusão, cujas informações investigadas já apontavam para simulação por parte do parlamentar, estava em relatório encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal), no qual a polícia pede indiciamento de Trutis e de Ciro Fidelis, assessor que acompanhava o deputado naquela ocasião.

Em reportagens sobre a investigação, foi relatado, a partir das análises dos policiais federais, que a caminhonete descrita pelos dois como sendo o veículo que teria os perseguido, seria ‘velha e lenta’ e não teria como protagonizar atentado. Em outro trecho, é dito que, no dia, parlamentar e assessor sequer teriam sido perseguidos. Eles estavam em um Toyota Corolla.

Criança que colocou fogo em atacadista

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Todos se lembram que em 2020, um supermercado atacadista foi destruído em incêndio na Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande.

Até hoje, ainda não se sabe o que causou o incêndio, mas na época, uma fake news apontava que uma criança teria colocado fogo em setor que gerou tais proporções.

Nas imagens, é possível ver uma menina que coloca fogo em produtos de uma prateleira no atacadista. Depois, ela continua a passear pelos corredores do supermercado com os pais, como se nada tivesse acontecido. 

O vídeo foi compartilhado nas redes sociais e em grupos, como se fosse a causa do incêndio do atacadista. Porém, tratava-se de uma fake news, já que o vídeo em questão foi gravado em outubro de 2018. 

“Cachorros abandonados” foram parar na polícia

A Prefeitura de Costa Rica, município distante 384 quilômetros de Campo Grande, registrou boletim de ocorrência contra morador que espalhou notícias falsas sobre suposto trabalho de resgate de animais, realizado de forma precária pelo Executivo. A postagem foi feita no Facebook e acabou compartilhada em vários grupos de WhatsApp da região.

Na legenda, a publicação dizia: “olha a quantidade de cachorro abandonado em Costa Rica muito triste isso (sic)”. Várias pessoas comentaram perguntando onde ficaria esse local, e o morador respondeu: “fica num lugar aqui em Costa Rica o prefeito pega os cachorros cuida e depois adoa para quem quiser (sic)”, dando o nome do local de “Paraíso de Zagates”.

No entanto, a prefeitura afirmou que não havia nenhum estabelecimento com tais características sob gestão do município. A publicação foi retirada do ar pelo morador, mas ele não apresentou nenhuma retratação pública.

“Esperamos que a Delegacia de Polícia Civil apure os fatos, as irregularidades, para que esse cidadão faça a retratação o mais rápido possível. Compartilhar desinformação nesse momento de pandemia é muita irresponsabilidade, seja qual assunto for. Espero que ele sirva de exemplo para outras pessoas que espalham irresponsavelmente notícias falsas da cidade nas redes sociais”, declarou o prefeito Waldeli dos Santos Rosa.

R$ 18 mil por morte

Em abril de 2021, circularam mensagens em grupos de redes sociais de que a SES (Secretaria de Estado de Saúde) receberia R$ 18 mil por cada óbito registrado por Covid-19, valor esse, que, segundo a mensagem falsa, faria com que as unidades de saúde registrassem óbitos por covid mesmo sem comprovação de exames.

Como publicado pelo UOL Confere, setor de checagens do UOL, a Fake News teve início em um vídeo no Facebook, onde um homem não identificado mostra uma declaração de óbito de um morador do interior do Rio Grande do Sul.

O autor do vídeo diz, mais de uma vez, que conversou com “o médico” que assinou a declaração e que ele teria confirmado que a informação foi incluída apenas para que o hospital pudesse receber os R$ 18 mil.

Não demorou muito para que o vídeo e a informação se espalhasse para outros estados, incluindo Mato Grosso do Sul. Em nota, a SES afirmou que “não recebe valores por óbitos por covid ou por pacientes internados por covid”.

Simpatia, multa para idosos e tamanho do pênis

Durante a pandemia, o que não faltaram foram as fake news. De calendário de vacinação falso a surto de internação de crianças com o vírus na Santa Casa, foram muitas as mentiras em MS.

Uma delas, que era uma das mais frequentes entre grupos em MS, foi a de um teste que dizia identificar se uma pessoa tem o coronavírus. O vídeo dizia que a pessoa precisava prender a respiração por cerca de 25 segundos. Conforme a instrução, se o leitor conseguir prender a respiração durante o vídeo, quer dizer que está livre da Covid-19. 

Outra dizia que os idosos acima dos 60 anos teriam suas aposentadorias suspensas e que receberiam uma multa, de acordo com uma MP n° 922, do Governo Federal por estarem na rua diante da quarentena do novo coronavírus.

A imagem informava que os idosos teriam suas aposentadorias suspensas por tempo indeterminado. Tudo não passava de uma fake news.

Fake news envolvendo “comorbidade por tamanho do pênis” | Imagem: reprodução

Em junho de 2021, uma imagem que associava o tamanho do pênis a uma suposta nova comorbidade para vacinação de covid fez com que a Prefeitura de Coxim, cidade a 253 quilômetros de Campo Grande, publicasse um alerta de fake news na conta oficial da Prefeitura no Instagram.

No caso, a imagem oficialmente desmentida levava um casal em aparente momento íntimo, com alerta sobre a vacinação na cidade, na qual o público, com tamanho do pênis — pequeno — integraria uma nova comorbidade. “A prefeitura de Coxim leva a vacinação a sério e não compactua com brincadeira de mal gosto, utilizando a logomarca da mesma”, publicou o município.

Origem da data

O personagem literário, Pinóquio, tem o hábito de contar mentiras | Foto: Reprodução

Todo mundo aprende que não se deve mentir, menos num dia: o 1º de abril, mais conhecido como o Dia da Mentira. Uma vez por ano, está liberado contar todo tipo de lorota e isso tem uma explicação histórica.

Tudo teria começado no século 16, na França, quando o Ano Novo era comemorado entre os dias 25 de março e 1º de abril — foi só em 1564 que o rei Carlos 9º decidiu mudar a data para o dia 1º de janeiro, por causa da adoção do calendário gregoriano.

Como acontece toda vez que alguém decide mudar algo tão tradicional, muita gente não gostou e resistiu. Esse grupo passou a ser ridicularizado e chamado de os “bobos de abril”. Fazia parte da chacota enviar convites para festas que não existiam ou ganhar cartões e presentes esquisitos no dia 1º de abril.

A “brincadeira” saiu da França e correu o mundo. Na Inglaterra e nos EUA, virou o “April Fool’s Day” ou “All Fool’s Day”, algo como o Dia dos Tolos de Abril ou Dia de Todos os Tolos.

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