De brigas generalizadas a suspeita de nazismo, violência em escolas emerge em Campo Grande
Especialista explica que sinais de comportamento violento surgem cedo e é preciso ficar atento
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Ao menos três casos de violência em instituições de ensino de Campo Grande estão preocupando pais, alunos e autoridades. Na última terça-feira (15) o Midiamax revelou que a Polícia Civil investiga um aluno do ensino médio do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) por suposto caso de apologia ao nazismo. Segundo o boletim de ocorrência, o suspeito chegou a dizer que o “IFMS é um lugar propício para um massacre”.
O jovem também teria dito que já tem uma lista com os nomes dos alunos que ele mataria, sendo que no mês de fevereiro deste ano, teria falado que mataria um dos colegas e que outro seria torturado. Em outra ocasião, o investigado chegou a dizer a um estudante: “Tu não é ariano, te coloco pra assar”.
O caso foi alvo de protesto em frente ao câmpus de Campo Grande, com cartazes e pedido de respeito.
No dia seguinte, na quarta-feira (16), um vídeo repercutiu nas redes sociais mostrando uma briga generalizada entre alunos da Escola Estadual Professora Alice Nunes Zampiere, em Campo Grande. As imagens, que mostram alunos trocando socos e chutes, foram gravadas durante o intervalo.
E na quinta-feira (17) mais uma briga entre alunos foi registrada em vídeo em uma escola municipal na Vila Nasser.
Mas o que pode promover esse tipo de ocorrência, sobretudo as brigas, e como saber lidar com isso e orientar os filhos a ficarem longe de confusão?
Segundo Glaucia Benini, psicopedagoga, hipnoterapeuta e mestranda em neurociência, os agentes causadores de comportamentos violentos nesse estágio da vida podem ser de várias ordens.
“No caso do racismo, por exemplo, a criança não nasce racista. Então, qual a influência ela pode estar tendo, qual o agente motivador? Os pais, escolas, que têm total responsabilidade sobre essa conscientização, estão promovendo uma reflexão sobre sua raça, sobre comportamento que magoam os outros, bullying? Será que os pais estão preparando as crianças para ter uma consciência social?”
Ainda segundo a especialista, os sinais de um comportamento violento podem ser apresentados ainda muito cedo. “Eles (os sinais) começam muito antes da própria violência acontecer. Mudanças no comportamento, ansiedade, expressão verbal forte, indisciplina, crises emocionais, dificuldade em ouvir, são sinais de que aquela pessoa pode ser agressiva”.
Glaucia ainda afirma que é muito importante ver sinais de ruptura na personalidade da criança, e a partir daí procurar desenvolver um plano de ação. “É importante a procura da ajuda emocional, apoiar tanto o jovem que foi vítima quanto o causador, buscar a reintegração dele no meio social”, finaliza.
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