A ocupação da reitoria da (Universidade Federal da Grande ) segue nesta sexta-feira (10). O movimento contra a extinção da Faind (Faculdade Intercultural Indígena) é realizado pelos acadêmicos do curso de Leduc (Licenciatura em do Campo), que também pedem o fim do processo intervencionista na instituição.

Desde a última quinta-feira (10), um grupo de acadêmicos da Leduc estão acampados na instituição. Com faixas, cartazes e colchões espalhados pelos corredores da reitoria, os manifestantes afirmam que a decisão já vinha sendo conversada há algum tempo.

“Nós já estávamos cansados de ficar esperando um posicionamento da instituição a respeito das nossas reivindicações, que inclui principalmente uma solução definitiva em relação ao nosso alojamento e também a nossa alimentação”, explica Júlio César Barbosa, acadêmico da Leduc e também um dos líderes do movimento.

Segundo ele, o curso funciona em regime de alternância, ou seja, um período deve ser cumprido na universidade e outro com aulas práticas na comunidade. Contudo, a universidade não está conseguindo garantir esses direitos. Além disso, segundo ele, não há nenhuma solução concreta para o impasse.

“É obrigação da instituição manter o nosso regime de internato. Entretanto, segundo a UFGD, todo o recurso que deveria ser utilizado até o final do ano, já se esgotou antes mesmo de terminar o semestre. Diante dessa indefinição e sem saber o que irá acontecer daqui para frente com o nosso curso, vamos manter o movimento”, ponderou o acadêmico.

Em conversa com a reportagem do Midiamax, a coordenadora do curso de Leduc, professora Edir Neves Barbosa explica que a ocupação é uma iniciativa dos próprios acadêmicos, segundo ela, estão exercendo seus direitos enquanto cidadãos e enquanto acadêmicos de uma instituição pública.

“Nós sabemos das dificuldades por eles enfrentadas e por isso manifestamos nosso apoio a essa reivindicação pela melhoria do curso e também de toda a Faind. Atualmente estamos com 262 estudantes matriculados somente na Leduc. Em toda a Faind o total de alunos passa de 400”, comenta a professora.

A reportagem do Midiamax entrou em contato com a reitoria da UFGD. A instituição disse reiterar as informações divulgadas no portal da Universidade, que recebeu um grupo de estudantes da Leduc ainda na tarde desta quinta-feira (9).

“O vice-reitor Arquimedes Gasparotto Junior reforçou que a Administração Central da universidade está empenhada em manter os da FAIND em funcionamento, pois ambos têm grande impacto na qualidade de vida dos povos do campo e indígenas de Mato Grosso do Sul”, diz a nota publicada pela UFGD.