Em Mato Grosso do Sul a média de início da vida sexual é de 16,9 anos. O uso do preservativo é mais comum entre jovens de 18 a 29 anos, em sua maioria, a população preta foi a que mais procurou o serviço público para obter camisinha. O levantamento foi feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado na última sexta-feira (07).  

No Estado, a idade média da primeira relação sexual da população de 18 anos ou mais de idade foi estimada em 16,9 anos. Entre os indivíduos do sexo masculino, a idade média da primeira experiência sexual foi de 16,1 anos, inferior à idade estimada para as mulheres, 17,6 anos. Em Campo Grande, a idade média de iniciação sexual era de 17,1 anos, sendo 16,2 entre indivíduos do sexo masculino e 17,8 entre os do sexo feminino.

No estado, com a análise dos grupos etários, observou-se que entre os mais jovens, de 18 a 29 anos, a idade média de iniciação sexual foi de 15,9 anos, aumentando para 16,1 anos entre os adultos de 30 a 39 anos, 17,1 anos no grupo de idade de 40 a 59 anos e 18,6 anos entre a população idosa.

Além disso, observou-se que a população de cor ou raça branca tinha uma idade média de iniciação sexual de 17,4 anos, um pouco acima do estimado para os pretos e pardos, 16,8 e 16,5 anos, respectivamente. Em termos de escolaridade, as pessoas com curso superior completo tiveram a maior idade média de iniciação sexual (18,1 anos), em comparação com os demais grupos de nível de instrução, sendo a menor idade média observada entre as pessoas fundamental completo e médio incompleto (16,3 anos).

No Brasil, em 2019, a idade média da primeira relação sexual da população de 18 anos ou mais de idade foi estimada em 17,3 anos. No ranking por UFs, Amapá (15,9 anos), Espírito Santo (15,9 anos) e Amazonas (16,1 anos) apresentaram a menor idade média de iniciação sexual. Na contramão, Mato Grosso do Sul e Paraná (17,5 anos) e Santa Catarina (17,6 anos) apresentaram as maiores idades médias do país.

Na capital, observou-se que a idade média de iniciação sexual foi menor entre os adultos de 30 a 39 anos (16 anos) e maior entre a população idosa de 60 anos ou mais (18,4 anos). A população de cor ou raça branca tinha uma idade média de iniciação sexual de 17,4 anos, um pouco acima do estimado para os pardos e pretos, 16,8 e 16,7 anos, respectivamente.

Na análise por escolaridade, os campo-grandenses com curso superior completo tiveram a maior idade média de iniciação sexual (18,1 anos), em comparação com os demais grupos de nível de instrução, sendo a menor idade média observada entre as pessoas fundamental completo e médio incompleto (16,6 anos).

Uso de preservativo entre jovens de 18 a 29 anos

A pesquisa também trouxe questões concernentes ao uso de preservativo entre os indivíduos de 18 anos ou mais de idade que tiveram relação sexual nos últimos 12 meses anteriores à data da entrevista. Em Mato Grosso do Sul, 19,9% dos participantes informaram ter usado preservativo em todas as relações sexuais que tiveram nesse período, o que corresponde a 311 mil pessoas. Desta forma, 80,1% das pessoas informaram que não utilizaram preservativo em todas as relações sexuais que tiveram no período.

Além disso, constatou-se que a proporção de uso entre os homens (20,7%) foi superior à observada entre as mulheres (19%). Considerando a cor ou raça da população, a proporção entre as pessoas que se declararam de cor parda (20,9%) foi maior do que a observada entre a população branca (19,6%) e preta (17,4%).

Por grupos de idade, verificou-se que o hábito de utilizar preservativo era mais frequente entre os jovens de 18 a 29 anos, reduzindo-se de forma acentuada nos grupos de idade mais avançada. Assim, enquanto 33,1% das pessoas de 18 a 29 anos disseram utilizar preservativo em todas as relações sexuais, o indicador foi de 17,2% no grupo de 40 a 59 anos, 15,4% entre as pessoas de 30 a 39 anos e 9,4% entre as pessoas de 60 anos ou mais.

Quanto à escolaridade, observou-se que o uso de preservativo em todas as relações sexuais foi menos frequente entre a população sem instrução e fundamental incompleto, 16,1%. Tal proporção aumentou para 27,4% entre as pessoas com fundamental completo e médio incompleto e 20,6% entre as pessoas com ensino médio completo e superior incompleto. Entre a população com superior completo, o percentual foi de 18,3%.

Na capital, 22,7% dos participantes informaram ter usado preservativo em todas as relações sexuais que tiveram nesse período, o que corresponde a 117 mil pessoas. Deste modo, 77,3% das pessoas informaram que não utilizaram preservativo em todas as relações sexuais que tiveram no período.

De forma semelhante ao observado nos dados do estado, a proporção de uso do preservativo entre os homens (24,6%) foi superior à observada entre as mulheres (20,8%). Considerando a cor ou raça da população, a proporção entre as pessoas que se declararam de cor parda (20,9%) foi maior do que a observada entre a população branca (19,6%) e preta (17,4%).

Por grupos de idade, 32,3% das pessoas de 18 a 29 anos disseram utilizar preservativo em todas as relações sexuais. Esse indicador foi de 22,4% no grupo de 40 a 59 anos, 19,9% entre as pessoas de 30 a 39 anos e 12% entre as pessoas de 60 anos ou mais.

Quanto à escolaridade, observou-se que o uso de preservativo em todas as relações sexuais era menos frequente entre a população com superior completo (16,5%). A maior proporção foi observada na população com fundamental completo e médio incompleto (32,5%).

População preta foi a que mais recorreu ao serviço público de saúde para obter camisinha

A pesquisa também abordou a procura por algum serviço público de saúde para obter camisinha masculina ou feminina, nos últimos 12 meses anteriores à entrevista. No Brasil, 10,7% das pessoas disseram que recorreram ao serviço público de saúde com essa finalidade, o que corresponde a, aproximadamente, 17 milhões de pessoas.

Em Mato Grosso do Sul, 10,8% das pessoas disseram que recorreram ao serviço público de saúde com essa finalidade, o que corresponde a 215 mil de pessoas. Em Campo Grande, a proporção foi de 10,9%, o que equivale a 74 mil pessoas.

No estado, em maior proporção, os homens (13,6%) afirmaram ter procurado o serviço público de saúde para obtenção de preservativos em comparação com as mulheres (8,4%). Entre as pessoas que se declararam brancas, apenas 8,5% recorreram ao serviço público de saúde, percentual inferior ao observado entre os indivíduos de cor preta, 17,2%, e parda, 12,6%. Em relação às pessoas na força de trabalho, a proporção era de 12,5% na população ocupada e 11,2% entre os desocupados.

Na Capital, a proporção era maior entre os homens (12,3%) do que entre as mulheres (9,8%). De forma semelhante aos dados de MS, entre as pessoas que se declararam brancas, apenas 7,5% recorreram a esse serviço público de saúde, percentual inferior ao observado entre os indivíduos de cor preta, 13,5%, e parda, 14,4%.